Uma
sociedade que se mata
* Por
Zulcy Borges
Foi
assim que um sociólogo espanhol definiu o Brasil quando em visita ao
país anos atrás. Agora, neste mês de dezembro, um comerciante
derrubou e chutou covardemente, no chão, uma vigilante, em um clube
da polícia (!) de Três Corações – Minas Gerais. Passados poucos
dias, um motociclista martelou, isto mesmo, bateu com um martelo na
cabeça e depois tentou chutar a pessoa caída, em Uberlândia –
Minas Gerais. E no mesmo dia, dois primos chutaram até a morte um
ambulante na estação do Metrô – Pedro II, de São Paulo-Capital.
Todos
fatos foram devidamente filmados e repetidos a exaustão nos
noticiários de TV. No caso de São Paulo, o linchamento dos
assassinos só não aconteceu porque a polícia resolveu suspender
uma reconstituição exibicionista do crime, responsável por uma
multidão revoltada na estação do metrô paulistana.
No
noticiário sensacionalista da TV, os apresentadores se sucederam
dizendo que justiça não se faz com as próprias mãos, ao mesmo
tempo que voltavam a bradar contra a falta de Justiça no país e
pela pena de morte. Isto enquanto policiais em todo Brasil estão em
greve branca devido aos atrasos de pagamentos e ameaça de cortes
salariais. Ou como se explicar o massacre perpetrado dentro da
estação do metrô de São Paulo, sem que nenhum dos tantos agentes
da segurança da estatal paulista interviesse?
O
clima de insegurança e a criminalidade no Brasil estão atingindo
níveis desesperadores e a imprensa vem contribuindo para que eles
piorem.
* Jornalista e editor do portal Momento Itajubense, Itajubá, Minas Gerais.
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