segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Desdita de poeta


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


A Lua é a musa dos poetas
inúteis sonhadores,
manipuladores do papel.
Saqueiam folhas em branco
ou encardidas ao léu.
Rabiscam risos cujos
ecos se perderam
numa onda contínua
de desilusão, de escolhas
bagunçadas que nem
a tal da paixão sustenta.
Desenham ais e uis
de um gozo rápido
de bicho que obedece
aos ritos da necessidade.
A Lua de longe faz
o que pode
e o poeta, daqui,
finge que não vê...

* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


Um comentário:

  1. Úteis por enfeitar a vida. Não muda a realidade, mas a força das palavras ilumina o caminho.

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