Voo do tempo
* Por
Alberto Cohen
Veja bem, o nosso tempo vaga
de minhas mãos para as suas,
como se fosse um pássaro ferido
que desaprendeu voar
e procura o caminho de casa,
sem saber se ainda existe um caminho,
se, ao menos, existe um lugar.
E nosso tempo vaga, vagabundo,
como se fosse todo o tempo deste mundo
e pudesse esperar
que ajuntássemos, com as mãos vazias,
todas as horas, um por um dos dias,
esperdiçados, que não vão voltar.
Do livro "Menino das Samaúmas"
*
Poeta paraense.
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