A dor e a cantiga
* Por
Eliane Triska
Perdi a inspiração, o gozo , a fantasia
O sumo da semente e tudo quanto baste
À sede de sonhar com mais utopia:
A fome de ficar num pálido contraste.
Ali, fazendo amor, a bêbada saudade,
Nos braços da cantiga, embalo e reconforto.
E a dor, no velho dia, ao peso da idade,
Esvai-se, à revelia, no chão de um hino morto.
Tornada prisioneira, em agônico entrelace,
Quis, tímida palavra, que o verbo se expusesse
Na quebra do espelho, mostrarem suas faces,
A dor dessa cantiga e o amor que não se esquece.
*
Poetisa gaúcha residente em Canoas/RS
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