terça-feira, 5 de janeiro de 2016

1º de janeiro...


* Por Eduardo Oliveira Freire


O problema do silêncio é quando os outros que habitam na gente começam a se manifestar. É verdade! As lembranças jorram em mim e os outros residem nestas recordações.

Percebo-me menino que brincava com amigos imaginários, o rapaz que ia ao cinema sonhando em ser cineasta, o homem que faz a mesma coisa todos os dias, um lado oculto meu que desconheço e nem quero conhecer.

Mas, ir a um lugar tranquilo dá um efeito contrário, não é mesmo? Não era para me sentir assim, deveria estar tranquilo. Planejei tanto passar o ano novo bem. Porém, estou em desassossego!

Saudade, remorso, culpa, ódio, inveja entre outros sentimentos surgem também. Por quê? Começo a xingar, a rir e a debater com os outros que moram em mim. Ainda bem que estou sozinho, pois, posso ficar como um louco varrido, exorcizando-me.

Desejo me esvaziar ao novo ano que chega, tornar-me um só. Os outros precisam ir embora, mas sempre retornam. Tenho esperança que este ano seja diferente. Já é de manhã. Tomarei um banho de cachoeira e quem sabe me transformarei em um bebê! Fui!

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



Um comentário:

  1. Sinceridade levada às últimas consequências. Pode não ser, mas entendo como um bom desabafo pessoal.

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