Formas de amar a Deus 2
* Por Roberto Corrêa
No artigo anterior, escrito há mais de dez anos (como nele salientei),
nosso espírito seria dominado pela rigorosa educação e formação religiosa, de
modo que, passados tantos anos podemos tecer e fazer outras considerações,
talvez atualizando a maneira de pensar que nos envolve. Naquela época era o
rigorismo, o pecado centralizando quase todas as nossas ações. Então começou o
“arejamento” e mentes mais leves e benevolentes começaram a insinuar que Deus é
bondade e amor e como tal precisa ser considerado e que sua misericórdia é
infinita.
Aí entra novamente o psilone da questão, pois, segundo a citação de João
já referida naquele texto a principal forma de amar a Deus (que não vemos)
consiste em observar os mandamentos (Decálogo), com proposições bastante negativas
ou proibitivas: não pecar contra a castidade, não cometer adultério, falso
testemunho, obedecer aos pais etc.
Prevalecendo, nos tempos atuais, as ideias liberais modernas com amplo
apoio de todas as mídias (que o príncipe das trevas domina com amplidão e
facilidades), a sociedade chegou ao lastimável estado em que se encontra, onde
desapareceu qualquer espécie de pudor e a violência cresceu de forma insólita e
assustadora.
O problema é como encontrar soluções, que deveriam tentar recuperar o
tempo perdido e isso é quase impossível para gerações que praticamente, viveram
em “tempos analógicos” e que convivem agora com as novas de “tempos
digitalizados”. Mas, os cristãos não podem perder a esperança e os católicos
brasileiros estão esperançosos com a visita do Papa Francisco em julho próximo
que já foi eleito inclusive para iniciar o processo de readaptação do
entendimento religioso, onde se inclui, evidentemente, as formas de amar a
Deus.
Sinto-me obrigado, ao encerrar este texto, a relatar que fui assaltado
ao chegar em minha casa pelas 19 horas do dia 8 de junho, o que deixa bem claro
que a violência não é apenas “literatura” e pode acontecer com qualquer um e
nos reforça o contínuo pedido à Misericórdia Divina para sobrevivência digna
sem a fúria das reais maldades do mundo.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da
Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e
Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas.
Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se
aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles
"Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo
Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e
Curiosidades, O Homem Só.
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