Polifonia
* Por Clóvis Campêlo
São muitas as vozes.
Ouço-as sempre, sem cessar.
Diante delas não ouso mexer-me.
Fico estático, pálido, lívido,
proparoxítono.
Falsos profetas prometem
os céus e seus manjares.
Em qualquer esquina do mundo,
posso escutá-los.
Suas vozes nunca calam.
São como os murmúrios
incessantes do mar.
Pergunto a mim mesmo
e não encontro respostas:
para onde devo ir?
Qual dessas vozes
devo seguir?
Onde está a verdade?
Oh mundo, vastíssimo e
incomensurável, por que
em nenhum dos teus lugares
encontro sossego e guarida?
Por que devo escutá-los,
os falsos profetas e
suas vozes de trombeta?
Onde está a paz celestial
prometida?
Quantas moedas
ainda serão necessárias
para calar definitivamente
as suas vozes cretinas?
* Poeta, jornalista e radialista
sábado, 10 de novembro de 2012
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