quinta-feira, 19 de julho de 2018

Céu de Sevilha, não senhor - Antônio Siúves


Céu de Sevilha, não senhor


* Por Antônio Siúves


Céu de Sevilha, não senhor,
Em azul, volume, fulgor.
O céu aqui é prófugo;
Há muito não pode
Com a imaginação sem
Queda para tais odes:
Olvidado pelo destemor
Do olhar no chão celeste
Do plasma do computador;
Trilha trivial da aviação,
Um inútil à nova era,
Mera ilusão da atmosfera;
Nem espelho de mar e rio
Ou remordida de sol e raio
Contra a cor do minério;
Abóboda macerada,
Bolorenta ideia selenita,
Relicário de escaparate!
 

*Jornalista e poeta.  Atuou em O Tempo, de Belo Horizonte, como repórter, subeditor e editor de cultura, colunista e secretário de redação. Mantém o blog A Titica Cotidiana, sobre literatura e jornalismo. É autor de "Memorial do Boi Morto - Cantos de Primavera".




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