Perplexidade
* Por
Flora Figueiredo
Sempre
pensei que quando a gente envelhecesse,
o tempo por fim se condoesse
e parasse de vez de pregar peças.
Agora vem você desavisadamente,
colocar minha oração em desalinho,
desafiar-me a retidão posta à avessas.
Por isso peço aos anjos novamente,
que deem licença para eu errar mais um pouquinho.
o tempo por fim se condoesse
e parasse de vez de pregar peças.
Agora vem você desavisadamente,
colocar minha oração em desalinho,
desafiar-me a retidão posta à avessas.
Por isso peço aos anjos novamente,
que deem licença para eu errar mais um pouquinho.
In
Chão de Vento, 2005
*
Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário