Está
escrito
* Por
Flora Figueiredo
O
papel e eu nos encontramos
hoje, logo cedo.
Falamos de medo
de anoitecer em branco.
Trocamos sentimentos,
sensações
e as várias emoções cheias de tempo.
Sentamos no chão.
Recostamos no canto.
Deixamos um clássico discorrer
livremente
como pano de fundo
e discorremos intensos,
e distendemos imensos
como pano de frente.
Concluímos
que nascemos para viver juntos,
em cumplicidade,
e que nossa identidade
é tão mesclada,
que meus brancos são o preto do papel
e os seus espaços vazios
são a minha cavalgada.
Amalgamados e definidos,
vazios já completos,
receios já discretos,
anoitecemos totais e preenchidos.
hoje, logo cedo.
Falamos de medo
de anoitecer em branco.
Trocamos sentimentos,
sensações
e as várias emoções cheias de tempo.
Sentamos no chão.
Recostamos no canto.
Deixamos um clássico discorrer
livremente
como pano de fundo
e discorremos intensos,
e distendemos imensos
como pano de frente.
Concluímos
que nascemos para viver juntos,
em cumplicidade,
e que nossa identidade
é tão mesclada,
que meus brancos são o preto do papel
e os seus espaços vazios
são a minha cavalgada.
Amalgamados e definidos,
vazios já completos,
receios já discretos,
anoitecemos totais e preenchidos.
In
Calçada de Verão, 1989
*
Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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