segunda-feira, 12 de maio de 2014

Livro da Vida

* Por Vitor Orlando Gagliardo

Se eu tiver que morrer para entender a vida,
Prefiro não entendê-la.
Se eu tiver que morrer para encontrar meus parentes,
Prefiro mantê-los vivos em minha memória.
Se eu tiver que morrer para não sentir mais dor,
Prefiro tomar aquele maldito remédio que me faz tão mal.
Se eu tiver que morrer para esquecer aquele amor perdido,
Prefiro esquecer seu rosto e seu nome.
Se eu tiver que morrer para esquecer que um dia passamos momentos juntos,
Prefiro pensar que jamais te conheci.
Se eu tiver que morrer para nunca mais trabalhar,
Prefiro ficar 48 horas em frente a um computador.
Se eu tiver que morrer para lembrar os meus momentos de infância,
Prefiro olhar para minhas cicatrizes.
Se eu tiver que morrer que para aprender a viver,
Prefiro ouvir aquela música do Roberto.
Se eu tiver que morrer para encontrar meus amigos,
Prefiro lembrar dos bate-papos dos finais de semana.
Se eu tiver que morrer para me arrepender das mentiras que contei,
Prefiro pedir desculpas enquanto respiro. 
Se eu tiver que morrer para esquecer das vezes que perdi,
Prefiro fechar os olhos e lembrar das minhas vitórias.
Se eu tiver que dizer adeus para as pessoas amadas,
Apenas digo: “Não há adeus, apenas amor.” (1)

(1) Frase retirada do filme Mar em Fúria.

* Jornalista



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