quinta-feira, 9 de setembro de 2010




A Hélio Pelegrino

* Por Suzana Vargas



O avesso da morte
é movimento, vertigem,
pulsar de músculos,
poros
Todas as ações desencontradas
na memória:
livros, contas que se pagam.
Como
de um dia para o outro
interromper um artigo
um poema,
desprogramar um cinema
deixar para sempre intactos
nosso guarda-roupas e
chave?
E a mulher,
a mulher que nos espera,
Deixá-la longos anos
na marquise
à sombra de verões,
invernos
primaveras?
Abandonar projetos
cobranças
(que se paguem sozinhos)
E o principal:
este momento suspenso
no meio-fio do silêncio
DEUS é movimento.

* Poetisa gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, autora de literatura infantil e ensaísta. Tem 16 livros publicados, entre os quais “Sombras chinesas” , “Caderno de Outono” (indicado ao Prêmio Jabuti) e “O amor é vermelho”.

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