

Amor de domingo (II)
* Por Fábio de Lima
- Você vem sempre ao parque aos domingos, Dani? Posso chamá-la de Dani?
- Desde que você não me peça para eu chamá-lo de Fá, pode.
- Não pedirei.
- Mas eu chamarei você de Fá. Eu quero. E se você não gostar, vamos sair na porrada agora mesmo!
- Nossa, meu Deus! Para que tanta violência?! Não seria para tanto.
- Ah, que bom que você tem medo de mim. Eu adoro causar essa sensação nos homens.
- Você é sempre bem humorada assim?!
- Sempre não. Só nos domingos gelados de inverno às sete horas da manhã!
A conversa foi ficando cada vez mais alegre e depois de uma meia hora parecia que já nos conhecíamos fazia muito tempo. Descobrimos ter a mesma profissão: jornalista. Descobrimos ter o mesmo signo: sagitário. Descobrimos adorarmos cinema. E fomos, ao longo do passeio, descobrindo semelhanças entre nós que só nos fazia pensar como podia não termos nos conhecido antes.
- Meu ex-marido dizia que eu sou muito tagarela. Você me acha tagarela?
- Olha, para ser sincero, eu pensei em te falar isso várias vezes, mas você não me dava tempo de falar nada...!
- Bobo, idiota...!
- Ah, e, além de tagarela, é grosseira também!
Fazia tempo que eu não conhecia uma pessoa tão agradável como a Daniela, e também inteligente e culta. Eu estava surpreso e feliz e dava risada de tudo, assim como ela também parecia se divertir bastante e se interessar por todas minhas opiniões e brincadeiras.
- Quer dizer que você já foi casada?
- Sim, por seis anos. Me separei vai fazer um ano.
- Nossa! Mas você casou com 11 ou 12 anos, então?
- Obrigada pelo elogio disfarçado, mas eu já não sou tão menininha assim. Só por que sou baixinha e tinjo os cabelos para não aparecerem os fios brancos ainda tem gente que pensa que estou na adolescência, mas essa minha fase já passou faz tempo. E você, já foi casado?
- Não, ainda não. Mas pretendo casar e ter filhos. Só ainda não achei a pessoa certa.
- Uma hora essa pessoa aparece. Normalmente é quando a gente menos espera.
- Dizem que sim.
Parecia inacreditável, mas já passava das 11h30. Já havíamos andado o parque inteiro. E o assunto entre nós dois continuava rendendo.
- O que você vai fazer agora à tarde?
- Não sei ainda. Talvez vá ao cinema. Talvez fique em casa arrumando um pouco a bagunça. E você, vai fazer o quê?
- Bem, talvez eu vá ao cinema. Se não for, devo assistir algum filme em DVD, em casa mesmo.
- Sei.
- Você gosta de comida japonesa?
- Amo!
- Sério?!
- Sério!
- Quer almoçar comigo? Conheço um restaurante japonês ótimo e super tranqüilo no bairro da Lapa.
- Ah, não sei. Ainda está cedo para almoçar.
- Verdade, mas até chegarmos lá. Podemos tomar alguma coisa antes do almoço. Sem contar que eu não tomei café e já estou com fome! Você tomou?
- Também não! E já está dando fome sim.
- Então, vamos lá?!
- Está bem. Vamos!
(Continua na próxima semana)
* Jornalista e escritor, ou “contador de histórias”, como prefere ser chamado. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO, com publicação (ainda!) em data incerta.
* Por Fábio de Lima
- Você vem sempre ao parque aos domingos, Dani? Posso chamá-la de Dani?
- Desde que você não me peça para eu chamá-lo de Fá, pode.
- Não pedirei.
- Mas eu chamarei você de Fá. Eu quero. E se você não gostar, vamos sair na porrada agora mesmo!
- Nossa, meu Deus! Para que tanta violência?! Não seria para tanto.
- Ah, que bom que você tem medo de mim. Eu adoro causar essa sensação nos homens.
- Você é sempre bem humorada assim?!
- Sempre não. Só nos domingos gelados de inverno às sete horas da manhã!
A conversa foi ficando cada vez mais alegre e depois de uma meia hora parecia que já nos conhecíamos fazia muito tempo. Descobrimos ter a mesma profissão: jornalista. Descobrimos ter o mesmo signo: sagitário. Descobrimos adorarmos cinema. E fomos, ao longo do passeio, descobrindo semelhanças entre nós que só nos fazia pensar como podia não termos nos conhecido antes.
- Meu ex-marido dizia que eu sou muito tagarela. Você me acha tagarela?
- Olha, para ser sincero, eu pensei em te falar isso várias vezes, mas você não me dava tempo de falar nada...!
- Bobo, idiota...!
- Ah, e, além de tagarela, é grosseira também!
Fazia tempo que eu não conhecia uma pessoa tão agradável como a Daniela, e também inteligente e culta. Eu estava surpreso e feliz e dava risada de tudo, assim como ela também parecia se divertir bastante e se interessar por todas minhas opiniões e brincadeiras.
- Quer dizer que você já foi casada?
- Sim, por seis anos. Me separei vai fazer um ano.
- Nossa! Mas você casou com 11 ou 12 anos, então?
- Obrigada pelo elogio disfarçado, mas eu já não sou tão menininha assim. Só por que sou baixinha e tinjo os cabelos para não aparecerem os fios brancos ainda tem gente que pensa que estou na adolescência, mas essa minha fase já passou faz tempo. E você, já foi casado?
- Não, ainda não. Mas pretendo casar e ter filhos. Só ainda não achei a pessoa certa.
- Uma hora essa pessoa aparece. Normalmente é quando a gente menos espera.
- Dizem que sim.
Parecia inacreditável, mas já passava das 11h30. Já havíamos andado o parque inteiro. E o assunto entre nós dois continuava rendendo.
- O que você vai fazer agora à tarde?
- Não sei ainda. Talvez vá ao cinema. Talvez fique em casa arrumando um pouco a bagunça. E você, vai fazer o quê?
- Bem, talvez eu vá ao cinema. Se não for, devo assistir algum filme em DVD, em casa mesmo.
- Sei.
- Você gosta de comida japonesa?
- Amo!
- Sério?!
- Sério!
- Quer almoçar comigo? Conheço um restaurante japonês ótimo e super tranqüilo no bairro da Lapa.
- Ah, não sei. Ainda está cedo para almoçar.
- Verdade, mas até chegarmos lá. Podemos tomar alguma coisa antes do almoço. Sem contar que eu não tomei café e já estou com fome! Você tomou?
- Também não! E já está dando fome sim.
- Então, vamos lá?!
- Está bem. Vamos!
(Continua na próxima semana)
* Jornalista e escritor, ou “contador de histórias”, como prefere ser chamado. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO, com publicação (ainda!) em data incerta.
Admiro quem tem capacidade de escrever diálogos convincentes. Estou gostando muito dessa conversa. Abrir uma porta através de uma possibilidade de relacionamento é sempre instigante. Vá em frente com a conversa e que surja algo mais, embora uma boa amizade possa durar muito e sem trazer ciúmes nem dores.
ResponderExcluirVamos.
ResponderExcluirAguardo a continuação.
Será que teremos um final feliz ou alguém está entrando numa " furada" ?
Fiquei curiosa, Fábio.
Oi Fabio
ResponderExcluirPõe logo esss dois namorando. Não aguento mais esperar...rs,rs
Beijo
Risomar
Oi Fábio, adorei o encontro entre os personagens e o diálogo! O texto tem vida, tem ritmo, tem verdade! A conversa prende a atenção do leitor. Agora nos resta esperar a semana que vem ... Parabéns!
ResponderExcluirEstá ótimo esse diálogo. Um ótimo começo, Fábio. Estou torcendo e esperando. Beijos e parabéns!
ResponderExcluirTá esquentando, a coisa toda promete. O almoço já tá acertado, vamos ver do que se trata a sobremesa ... Uhm ... não sai da minha cabeça aquela cerejinha por cima. Mais não falo que me arrepio todo. Aguardemos o desenrolar da retreta. Conte, conte mais, caro Fábio.
ResponderExcluirEu aposto em final feliz. E vocês?
ResponderExcluir