sexta-feira, 11 de abril de 2014

Urariano fala de amor e do Recife

Por Luís Nassif

Urariano Mota, escritor e jornalista, lança sua quinta obra, dessa vez em homenagem à terra de origem. “Dicionário Amoroso do Recife” é uma intensa carta de amor da cidade pernambucana para os recifenses, e também se aplica o vice-versa. O lançamento ocorreu em 28 de março, na Livraria Cultura Paço Alfândega, Recife Antigo.

Urariano Mota nasceu em Água Fria, subúrbio da Zona Norte do Recife. Teve em sua história as rasuras da ditadura militar, quando também escrevia contos e crônicas para jornais alternativos aos anos de chumbo: Movimento, em São Paulo; Opinião, no Rio de Janeiro, e assim em diante.

Mas das rasuras grossas dos anos de chumbo o escritor tornou livros: o primeiro, Os Corações Futuristas (Edições Bagaço, 1999), um romance nos anos ditatoriais de Garrastazu Médici; o segundo, Soledad no Recife (Editora Boitempo, 2009), conta a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, traída por um infiltrado, ocasionando seu assassinato e de seu bebê, ainda em gestação.

O “Dicionário Amoroso do Recife” em nada se assemelha às narrações anteriores – a não ser por um ponto: a mesma paixão da escrita de Urariano.

O livro caminha pelas igrejas, pelos terreiros, pela primeira Sinagoga das Américas, mercados públicos. Também faz menção aos heróis do povo da cidade: Clarice Lispector assistindo o frevo na rua, a criança flagrada na inocência da fantasia de princesa de carnaval Eutanasinha, Dom Hélder Câmara, a passagem de Gagárin pela cidade, as mulheres do Marrocos. Pessoas conhecidas e aquelas só conhecidas para Pernambuco.


Como diz o texto de divulgação enviado pelo autor, o livro é “fruto de um escritor que ama a cidade acima de tudo”, onde a “memória fala daquilo que a marcou”. Um dicionário amoroso.

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