

Festas juninas
* Por Aliene Coutinho
* Por Aliene Coutinho
Lembro como se fosse ontem... Ruas e casas enfeitadas de bandeirinhas. Minha mãe na máquina de costura, com os óculos na ponta do nariz fazendo o acabamento dos vestidos criados por ela, cheios de babados e laços. Na cozinha, ajudantes extras preparando em panelas enormes canjicas e pamonhas. E meu pai lá no jardim em uma operação minuciosa para montar uma fogueira que deveria ser acesa às vésperas dos dias de São João e São Pedro.
As festas juninas eram esperadas com expectativa. E todos os anos o ritual era o mesmo e começava com a antecedência de quem quer fazer cada vez melhor. O milho para os pratos típicos eram encomendados três meses antes de parentes ou amigos que moravam na área rural. Os tecidos para os vestidos comprados em uma excursão familiar pelas lojas da cidade, o modelo desenhado e redesenhado, cheio de palpites. As bandeirinhas cortadas e coladas num cordão, que dava voltas e voltas, pelos adolescentes e crianças. Cada um cumpria seu papel. E entre eles, o que eu mais adorava era participar das quadrilhas.
Em minha época os bairros disputavam, faziam concursos para ver qual era a turma mais animada, mais bem vestida, e claro, que melhor dançava. Havia um desfile pelas ruas com carroças enfeitadas e pares de meninos e meninas dançando ao som de sanfonas, triângulos e zabumbas. Lembranças cheias de cores e sons. Lembranças de costumes do interior trazidos para uma capital litorânea que preservava o jeito brejeiro de ser.
Lá ia eu em meu vestido rodado de estampa colorida, com fitas no cabelo, bochechas vermelhas de rouge, com pintinhas artificiais feitas por um lápis preto. Lá ia eu de braço dado com quem cresci junto, fosse um irmão, um primo, um amiguinho da casa ao lado. Sincronia nos passos que percorriam ruas e finalizavam em uma coreografia ensaiada tantas vezes para a apresentação final, no que chamávamos de rancho. Uma cobertura de palha construída em terreno baldio para exibição das quadrilhas.
Hoje, em uma capital cosmopolita, longe de onde me criei, muitas vezes só me dou conta que é São João, ou São Pedro, quando tenho que datar um texto. Aqui, bem diferente de minha terra onde o povo se vangloria de ter o maior São João do mundo, não é feriado. Os dias 24 e 29 de junho são dias comuns, de levantar cedo, levar filhos para escola, ir ao trabalho e aí quando arrumar um tempinho, parar para escrever sobre lembranças.
As festas juninas eram esperadas com expectativa. E todos os anos o ritual era o mesmo e começava com a antecedência de quem quer fazer cada vez melhor. O milho para os pratos típicos eram encomendados três meses antes de parentes ou amigos que moravam na área rural. Os tecidos para os vestidos comprados em uma excursão familiar pelas lojas da cidade, o modelo desenhado e redesenhado, cheio de palpites. As bandeirinhas cortadas e coladas num cordão, que dava voltas e voltas, pelos adolescentes e crianças. Cada um cumpria seu papel. E entre eles, o que eu mais adorava era participar das quadrilhas.
Em minha época os bairros disputavam, faziam concursos para ver qual era a turma mais animada, mais bem vestida, e claro, que melhor dançava. Havia um desfile pelas ruas com carroças enfeitadas e pares de meninos e meninas dançando ao som de sanfonas, triângulos e zabumbas. Lembranças cheias de cores e sons. Lembranças de costumes do interior trazidos para uma capital litorânea que preservava o jeito brejeiro de ser.
Lá ia eu em meu vestido rodado de estampa colorida, com fitas no cabelo, bochechas vermelhas de rouge, com pintinhas artificiais feitas por um lápis preto. Lá ia eu de braço dado com quem cresci junto, fosse um irmão, um primo, um amiguinho da casa ao lado. Sincronia nos passos que percorriam ruas e finalizavam em uma coreografia ensaiada tantas vezes para a apresentação final, no que chamávamos de rancho. Uma cobertura de palha construída em terreno baldio para exibição das quadrilhas.
Hoje, em uma capital cosmopolita, longe de onde me criei, muitas vezes só me dou conta que é São João, ou São Pedro, quando tenho que datar um texto. Aqui, bem diferente de minha terra onde o povo se vangloria de ter o maior São João do mundo, não é feriado. Os dias 24 e 29 de junho são dias comuns, de levantar cedo, levar filhos para escola, ir ao trabalho e aí quando arrumar um tempinho, parar para escrever sobre lembranças.
* Jornalista e professora de Telejornalismo
Que bom a gente ter vivido tudo isso, Aliene! Hoje só nos resta a lembrança das festas juninas em homenagem a Stº Antônio, São João e São Pedro. Era em toda parte de Pernambuco, fogueiras, milho assado e cozinhado, canjicas, pamonhas... O povo pernambucano, em sua maioria, é culturalmente formado desde a infância, por elementos rítmicos, e hoje cadê o povo desta terra, dá-se às mãos em rodas de ciranda, dançar forró? Só em Caruaru!,e assim mesmo parece mais com Carnaval!!!
ResponderExcluirEsse ano foi assim o meu São João, ouvindo: "São João Na Roça (Luiz Gonzaga)
"A fogueira tá queimando/Em homenagem a São João/O forró já começou..." (rs)
Um abraço junino para todaos do Literário,
Também tenho lembranças gostosas dos verdes anos. Participei de uma quadrilha apenas, mas vi algumas, acompanhei concursos e ainda ensaiei uma dança que não aconteceu. Outros tempos não embaçam as boas coisas. A festa continua, apenas que noutros lugares.
ResponderExcluircaro José, desculpe-me a correção, ou adição: mas as lembranças a que me refiro no texto são paraibanas, lembranças irmãs de seu povo, e como tal, tbem traz nas raízes esses elementos rítmicos!
ResponderExcluirValeu Mara! e que a festa nunca acabe em nossas lembranças!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCara Aliene,
ResponderExcluirNão acrescentei Campina Grande, na Paraíba, porque não conheço o "Maior São João do Mundo"!
Não importa qual seja suas lembranças, apenas o meu comentário foi sobre as festas juninas do meu Pernambuco. A briga entre as duas cidades é acirrada e não tomo partido!!!
É no nordeste que acontecem as melhores festas juninas. É bom lembrar que os festejos juninos tiveram início ainda na Europa Antiga, onde era comemorado o início da colheita. Foram os jesuítas portugueses que trouxeram as comemorações para o Brasil.
Muito obrigado pela correção, ou adição!
Por nada, não houve em momento algum intenção de manter essa "disputa", sou- como vc. me parece ser- nordestina de alma e coração! obrigada pelos comentários.
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