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Concentração moderna
* Por Fernando Yanmar Narciso
Através do monitor dá pra enganar muita gente. Pode não parecer, mas o blogueiro que vos fala não manja patavina de futebol. Sequer torço por algum time, mas quando o negócio é Copa do mundo, sou fã de carteirinha. E não há hora melhor para avaliar nossos erros que após uma derrota, concordam? Parece que a psique enfim pesou sobre os ombros de nossos “gladiadores” na última sexta. Aqui para nós, desconfio que o ex-técnico Dunha – eu sei que escrevi errado – andou desmarcando algumas horas com o psicólogo do time para que eles pudessem treinar mais. E o resultado dessa possível empreitada o planeta inteiro viu. Jogadores desconcentrados e irritadiços, que punham a culpa de suas frustrações nas “urubuzelas” ou na ‘bola mágica’ do torneio e se retorciam no chão em prantos quando passavam errado. Mas bola pra frente, a porcaria da vida continua. E como 2014 tá logo ali – assim espero... – o melhor a fazer é já começar os planejamentos para o hexa.
Mas não nos deixemos enganar. Tradição já não tem nenhum valor no esporte moderno. Nem o futebol-arte, nem o futebol-força, nem o futebol pragmático, de resultados, servem mais para este milênio. Eu posso não ser um grande estrategista, mas já percebi que os times de hoje são treinados com táticas de guerra, e como eu manjo um pouco do assunto (Li Sun-tzu: A arte da guerra) acho que tenho algumas sugestões pertinentes que poderiam ser úteis não apenas para a nossa seleção, como para todas as outras.
- Aumentar o vínculo entre a torcida e os jogadores. Uma boa forma de fazer isso é abrir uma eleição direta para técnico da seleção, como para os nossos políticos. Assim como para os mesmos, teríamos propagandas eleitorais para que todos eles discutissem suas propostas. Nunca fez muito sentido para mim o time perder e todo mundo ficar puto com o técnico. Então, se o próprio povo participar da escolha do técnico, todos teremos uma parcela de culpa quando o concreto rachar, tal qual ocorre com nossos amados políticos.
- Já que estamos falando de táticas de guerra, os jogadores escalados deveriam ser escolhidos como em Bastardos Inglórios. Por 4 anos, os jogadores seriam propriedade exclusiva da seleção, sendo proibidos de atuar em qualquer outro time até a copa. Escolhidos como mercenários e treinados como tal, sem dar chance para experimentar novos jogadores, nos acostumaríamos aos rostos deles na mídia, assistindo a todos superarem seus medos e angústias.
- Sendo o futebol um entretenimento, assim como luta-livre ou novelas, ele deveria ter um roteiro. Já pensaram como o torcedor se identificaria com o jogador caso ele tivesse, sei lá, que salvar uma avó com leucemia no leito do hospital, e dependesse da publicidade conseguida com a vitória para conseguir pagar o tratamento? Talvez se um deles – ou a turma toda – tivesse a perna quebrada e passasse os próximos 4 anos lutando contra o tempo e a desconfiança da torcida para se recuperar e serem os salvadores da pátria. Funcionou com o Fenômeno, pode funcionar com qualquer outro.
- Essa vale só para nós. O termo ‘complexo de vira-lata’, cunhado por Nelson Rodrigues, ainda é válido. A seleção deve, acima de tudo, ser um espelho de seu povo. Infelizmente, em nosso país existe um culto à pobreza. Por razões incompreensíveis, brasileiro é treinado desde sempre a ter orgulho de ser pobre. Dessa forma, não há como nossa gente se identificar com um bando de jogadores mauricinhos que usam notas de dólar pra forrar a caixinha de areia do gato de estimação. Pra ser considerado um de nós, o jogador precisa ser feio, pobre, humilde, modesto e batalhador. A parte dos milhões na conta bancária, pelo menos para a seleção brasileira, deve ser não mais que um detalhe.
- A partir de agora, nenhum time pode mais descuidar com as visitas ao divã. A “seleção” do Dunha pareceu um fio desencapado no último jogo. Bastou um golzinho contra de nada para todo o time se encolher no gramado e ficar chupando o dedão do pé. Uma vergonha! É óbvio que um time com aquela fraqueza emocional não merece levantar o caneco. Como diz o outro, cedo ou tarde todo mundo precisará de Prozac.
-Ah, sim! O mais importante no momento: Mandar a “democracia futebolística” pro chuveiro! As copas precisam voltar a ser disputadas entre 16 times, mas sem nenhuma eliminatória. A própria FIFA deve selecionar a dedo os 16 melhores times da atualidade e colocá-los em campo. Assim, os países com times mais fraquinhos – notem o eufemismo – seriam poupados de maiores constrangimentos diante dos olhos do mundo, garantindo assim o fator-espetáculo do campeonato. Afinal, ninguém quer ver por 90 minutos um bando de patos mancos.
* Fernando Yanmar Narciso, 26 anos, formado em Design, filho de Mara Narciso, escritor do blog “O Blog do Yanmar”, http://fernandoyanmar.wordpress.com
* Por Fernando Yanmar Narciso
Através do monitor dá pra enganar muita gente. Pode não parecer, mas o blogueiro que vos fala não manja patavina de futebol. Sequer torço por algum time, mas quando o negócio é Copa do mundo, sou fã de carteirinha. E não há hora melhor para avaliar nossos erros que após uma derrota, concordam? Parece que a psique enfim pesou sobre os ombros de nossos “gladiadores” na última sexta. Aqui para nós, desconfio que o ex-técnico Dunha – eu sei que escrevi errado – andou desmarcando algumas horas com o psicólogo do time para que eles pudessem treinar mais. E o resultado dessa possível empreitada o planeta inteiro viu. Jogadores desconcentrados e irritadiços, que punham a culpa de suas frustrações nas “urubuzelas” ou na ‘bola mágica’ do torneio e se retorciam no chão em prantos quando passavam errado. Mas bola pra frente, a porcaria da vida continua. E como 2014 tá logo ali – assim espero... – o melhor a fazer é já começar os planejamentos para o hexa.
Mas não nos deixemos enganar. Tradição já não tem nenhum valor no esporte moderno. Nem o futebol-arte, nem o futebol-força, nem o futebol pragmático, de resultados, servem mais para este milênio. Eu posso não ser um grande estrategista, mas já percebi que os times de hoje são treinados com táticas de guerra, e como eu manjo um pouco do assunto (Li Sun-tzu: A arte da guerra) acho que tenho algumas sugestões pertinentes que poderiam ser úteis não apenas para a nossa seleção, como para todas as outras.
- Aumentar o vínculo entre a torcida e os jogadores. Uma boa forma de fazer isso é abrir uma eleição direta para técnico da seleção, como para os nossos políticos. Assim como para os mesmos, teríamos propagandas eleitorais para que todos eles discutissem suas propostas. Nunca fez muito sentido para mim o time perder e todo mundo ficar puto com o técnico. Então, se o próprio povo participar da escolha do técnico, todos teremos uma parcela de culpa quando o concreto rachar, tal qual ocorre com nossos amados políticos.
- Já que estamos falando de táticas de guerra, os jogadores escalados deveriam ser escolhidos como em Bastardos Inglórios. Por 4 anos, os jogadores seriam propriedade exclusiva da seleção, sendo proibidos de atuar em qualquer outro time até a copa. Escolhidos como mercenários e treinados como tal, sem dar chance para experimentar novos jogadores, nos acostumaríamos aos rostos deles na mídia, assistindo a todos superarem seus medos e angústias.
- Sendo o futebol um entretenimento, assim como luta-livre ou novelas, ele deveria ter um roteiro. Já pensaram como o torcedor se identificaria com o jogador caso ele tivesse, sei lá, que salvar uma avó com leucemia no leito do hospital, e dependesse da publicidade conseguida com a vitória para conseguir pagar o tratamento? Talvez se um deles – ou a turma toda – tivesse a perna quebrada e passasse os próximos 4 anos lutando contra o tempo e a desconfiança da torcida para se recuperar e serem os salvadores da pátria. Funcionou com o Fenômeno, pode funcionar com qualquer outro.
- Essa vale só para nós. O termo ‘complexo de vira-lata’, cunhado por Nelson Rodrigues, ainda é válido. A seleção deve, acima de tudo, ser um espelho de seu povo. Infelizmente, em nosso país existe um culto à pobreza. Por razões incompreensíveis, brasileiro é treinado desde sempre a ter orgulho de ser pobre. Dessa forma, não há como nossa gente se identificar com um bando de jogadores mauricinhos que usam notas de dólar pra forrar a caixinha de areia do gato de estimação. Pra ser considerado um de nós, o jogador precisa ser feio, pobre, humilde, modesto e batalhador. A parte dos milhões na conta bancária, pelo menos para a seleção brasileira, deve ser não mais que um detalhe.
- A partir de agora, nenhum time pode mais descuidar com as visitas ao divã. A “seleção” do Dunha pareceu um fio desencapado no último jogo. Bastou um golzinho contra de nada para todo o time se encolher no gramado e ficar chupando o dedão do pé. Uma vergonha! É óbvio que um time com aquela fraqueza emocional não merece levantar o caneco. Como diz o outro, cedo ou tarde todo mundo precisará de Prozac.
-Ah, sim! O mais importante no momento: Mandar a “democracia futebolística” pro chuveiro! As copas precisam voltar a ser disputadas entre 16 times, mas sem nenhuma eliminatória. A própria FIFA deve selecionar a dedo os 16 melhores times da atualidade e colocá-los em campo. Assim, os países com times mais fraquinhos – notem o eufemismo – seriam poupados de maiores constrangimentos diante dos olhos do mundo, garantindo assim o fator-espetáculo do campeonato. Afinal, ninguém quer ver por 90 minutos um bando de patos mancos.
* Fernando Yanmar Narciso, 26 anos, formado em Design, filho de Mara Narciso, escritor do blog “O Blog do Yanmar”, http://fernandoyanmar.wordpress.com
Embora eleito, o técnico, fruto de um evento democrático, não parece muito livre para escolhas e decisões. Jogadores presos, como já foi na antiga União Soviética ganham Copa? Não sei. Seriam os mais treinados, com um tempo de campo memorável, mas também poderiam chegar lá completamente enfastiados. Vamos procurar uma melhor solução?
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