segunda-feira, 10 de maio de 2010




“Comentem mais e colaborem na divulgação do nosso espaço”

Criatividade é a sua praia. Ler seus textos, ora irônicos, ora satíricos, ora declaradamente humorísticos, é o melhor dos remédios para desopilar o fígado de qualquer um e dar cartão vermelho definitivo ao mau-humor. É, entre os colunistas do Literário, unanimidade. Não há aquele leitor, por mais azedo e pessimista que seja, que não se divirta com as histórias surrealistas e satíricas que ele nos apresenta semanalmente, sempre com um humor sadio e inteligente, de um observador atento e crítico da vida e, sobretudo, do comportamento humano. Este Editor confessa, por exemplo, que sempre que acorda de pé esquerdo, num daqueles dias em que tudo dá errado e que já começam com a gente tropeçando nos próprios sapatos, tão logo sai da cama, recorre a algum dos textos deste redator publicitário criativo e lúcido. Em três tempos, o azedume vai embora e, de um pequeno sorriso de canto de boca, a alegria vai crescendo, tomando conta do espírito, até se manifestar em espontânea e gostosa gargalhada. E pronto! O dia está salvo! Afinal, rir ainda é e sempre será o melhor remédio para nossos males: reais e/ou imaginários. Claro que me refiro, e vocês já perceberam, a Marcelo Pirajá Sguassábia, profissional dos mais reputados na área de criação publicitária de Campinas e região. Pudera! Só um sujeito maluco e insensível não aprecia o que escreve e não se diverte com suas histórias, sempre bem-urdidas e inteligentes. Talvez só não riam com elas as estátuas de pedra e, mesmo estas, é bem capaz que nos surpreendam com uma boa e inesperada gargalhada. Conheçam, pois, um pouco mais desse colunista “top de linha”, que já nos brindou com 166 magníficas produções e, certamente, nos presenteará com muitas e muitas mais.

Literário – Trace um perfil resumido seu, destacando onde e quando nasceu, o que faz (além de literatura) e destaque as obras que já publicou (se já o fez, claro).

Marcelo Sguassábia - Nasci em 1964 na cidade de São João da Boa Vista, São Paulo, quase divisa com Minas. Atuo na área de criação publicitária, como redator. Profissionalmente, só fiz isso até hoje. 24 anos na área. Não tenho livro publicado.

L – Você tem algum livro novo com perspectivas de publicação? Se a resposta for afirmativa, qual? Há alguma previsão para seu lançamento? Se a resposta for negativa, explique a razão de ainda não ter produzido um livro.

MS – Não tenho nem me esforço no sentido de publicar o que escrevo em forma de livro. Não me agrada o fato de ter um registro definitivo de meus escritos. Prefiro a volatilidade da internet e do jornal, ainda que estes meios também preservem de alguma forma o que você faz.

L – Há quanto tempo você é colunista do Literário? Está satisfeito com este espaço? O que você entende que deva melhorar? Por que?

MS – Creio que há uns quatro anos, quando o Literário ainda se hospedava no extinto Comunique-se. Digo “extinto” porque, pelo menos para mim, aquele portal deixou de existir quando fomos “banidos” de lá. Penso que deveríamos fazer parte de algum outro grande portal, ligado ou não à área de comunicação, que agisse de maneira séria com seus geradores de conteúdo.

L – Trace um breve perfil das suas preferências, como, por exemplo, qual o gênero musical que gosta, que livros já leu, quais ainda pretende ler (dos que se lembra), qual seu filme preferido, enfim, do que você gosta (e do que detesta, claro) em termos de artes.

MS – Gosto de música erudita, rock and roll dos anos 60, MPB. Já li muito, mas bem menos do que gostaria. Dentre os livros que pretendo ler, me ocorrem agora a série “Em busca do tempo perdido”, de Proust (só li até agora “No Caminho de Swann”) e a recente biografia de Clarice Lispector. Dos filmes, não arrisco nem um short-list – são muitos.

L – Você gosta de teatro? Por que?

MS – Gosto muito, mas prefiro o cinema.

L – Você já esteve no exterior? Onde? Se não esteve, para onde gostaria de viajar e por que?

MS – Estive em Londres e em Buenos Aires. Se pudesse, passaria a vida conhecendo novos lugares e revisitando os mais interessantes.

L – Você tem predileção por algum gênero literário? Qual? Por que?

MS – O romance, o conto e a crônica são os gêneros com os quais mais me identifico. Também gosto de poesia, mas esta requer um estado de espírito e uma receptividade nem sempre possível cotidianamente.

L – Qual dos seus amigos vive mais longe? Onde?

MS – Tenho um amigo de infância que vive em Brasília. Mas juro que é boa gente.

L – Qual é, no seu entender, o pior sentimento do mundo? Por que? E qual é o melhor? Por que?

MS – O pior, a ingratidão. O melhor, a generosidade.

L – Se pudesse eleger um único escritor estrangeiro como o melhor de todos os tempos, quem você escolheria? E o brasileiro?

MS – Aqui temos que eleger no mínimo um tríduo para cada categoria. Estrangeiro: Dostoievski, Cervantes, Dickens. Brasileiros: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Raduan Nassar.

L – O que você está produzindo atualmente?

MS – Um texto semanal, não raro de gênero indefinido, com média de 3000 caracteres. Além da redação publicitária, produzida por ofício.

L – Qual livro, ou quais livros, está lendo no momento?

MS – Estou relendo um clássico brasileiro, “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre.

L – Fale de alguma pessoa que você considere exemplar. Por que?

MS – Madre Teresa de Calcutá, pela abnegação.

L – Em quais localidades do País você já esteve e gostaria de voltar? Por que?

MS – Rio de Janeiro. Caymmi passou a vida inteira lamentando-se (maravilhosamente) de saudades da Bahia. Bastaria sair do Rio e voltar pra lá. Pergunta se ele voltou...

L – Qual a sua maior decepção literária? E a maior alegria?

MS – Fosse eu um escritor com a aspiração legítima de dar a obra a lume, a maior decepção seria ver o original recusado; consequentemente, a maior alegria seria vê-lo em forma de livro. Como esta não é minha pretensão, pouco me decepciono e pouco me regozijo.

L – O que você acha que deveria ser feito para estimular a leitura no País?

MS – Preços mais acessíveis, bibliotecas volantes.

L – Você tem algum apelido? Qual? Fica irritado quando o chamam assim?

MS – Não.

L – Fale um pouco dos seus planos imediatos. E quais são os de longo prazo?

MS – Plano imediato: continuar escrevendo. Plano de longo prazo: escrever melhor.

L – Há alguma pergunta que não foi feita e que você gostaria que houvesse sido? Qual?

MS – Acredito que, para um painel rápido, as perguntas foram suficientes e bem formuladas.

L – Por favor, faça suas considerações finais, enviando sua mensagem pessoal aos participantes do Literário.

MS – Faço meu o apelo constante do Pedro, nosso editor: comentem mais e colaborem na divulgação do nosso espaço.

7 comentários:

  1. Marcelo, adoro seus textos, me divirto muito e divulgo para os amigos sempre que possível! É muita criatividade! Parabéns! Abraços!

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  2. Prazer em conhecê-lo
    e parabéns pelos textos.
    Abraços

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  3. Sayonara e Nubia, um beijo às duas pela amabilidade e pelo incentivo de sempre. E a você, amigo Pedro, a reverência agradecida deste aprendiz pela descabida generosidade. Aprovação, vinda de você, é bênção.

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  4. Marcelo Sguassábia são vários. Aqui mesmo fiquei conhecendo o seu lado mais sério e de poucas palavras. É claro que até um humorista se cansa de fazer graça, o que não é o caso. Apenas estamos vendo uma outra faceta. Gostaria de conhecer alguma criação publicitária sua. Experiência e prática não lhe faltam. Sugiro uma amostra de frases num contexto de crônica humorística, mas baseada em chamadas publicitárias. O que acha? Prazer em conhecê-lo um pouquinho. Cheguei tarde, e hoje já virou ontem, mas ainda está valendo.

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  5. Mara, querida amiga, obrigado pelo comentário. Fica o convite para o blog com um pouco do meu portfólio (falta muita coisa, estou organizando aos poucos). Aí vai:
    www.letraemeredacaocriativa.blogspot.com.
    Apareça!

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  6. Que ótima entrevista, Marcelo. Isso não me surpreendeu, pois sou fã dos seus textos.
    Fiquei contente com a sua proposta de futuras leituras: a biografia da Clarice Lispector que é um dos textos mais bem escrits que vi nos últims tempos, e Proust- sem comentários- Depois de ler "Em busca do Tempo Perdido" a gente se sente meio órfão. Algumas pessoas choram com a perspectiva de nunca mais encontrar autor melhor, sequer que escreva tão bem quanto ele.
    Parabéns!
    Abraços
    Risomar

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  7. Risomar, obrigado pelo comentário. Um beijo agradecido!

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