quarta-feira, 8 de julho de 2009




Mudanças

* Por Sayonara Lino

A vida é instável, imprevisível, além de não ser feita de garantias. Mudamos o tempo todo, em coisas mínimas, a cada dia, mesmo sem muita consciência a respeito. Quando algo transforma-se bruscamente, é natural nos sentirmos perdidos, sem chão. Quanto maior o apego, maior a angústia do que já não é mais. A essência da angústia humana reside neste ponto, no apego.

Outro dia lembrei de um comentário que ouvi de um médico a respeito do stress. Ele afirmou que a situação mais estressante que passamos na vida é o momento em que nascemos. Dá para imaginar o motivo. Sair do útero aconchegante e pular para as bandas de cá não é moleza. Um choque. Tem que estar muito disposto a lutar.

Depois de passar por muitas mudanças, procuro aceitar essa realidade que é tão óbvia, mas que ainda assim a maioria prefere ignorar. Ao perceber as transformações como um processo natural da existência, fica menos difícil aceitar e adaptar-se aos novos fatos, que ora nos deixam perplexos, assustados, ora trazem alento e apontam novas direções.

Estou partindo para o novo, o inusitado, o desconhecido. Malas prontas. Na bagagem apenas o essencial, na memória, apenas o que foi bom, no futuro, a esperança de um tempo muito melhor.

* Jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. Diretora de Jornalismo e redatora da Revista Mista, que é distribuída em Governador Valadares, Ipatinga e Juiz de Fora, MG e colunista do portal www.ubaweb.com/revista.

2 comentários:

  1. Pelo jeito não deve ser perda de um emprego, fim da uma faculdade, morte de um pai ou mãe. Esses fatos importantes, raramente merecem malas prontas e novos rumos na vida. As dores de cotovelo, essas sim, originam as crônicas, os livros, os filmes e as músicas. É tirar de dentro da mala uma boa dose de coragem. Como escrevi aqui anteontem: virar a página dói, mas pode ser muito bom também.

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  2. Mara, não é dor de cotovelo, não! O taxto refere-se, na verdade, a mortes simbólicas, a tudo o que passou que não voltará e ao novo caminho que desejo seguir! Obrigada pela leitura! Abraços!

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