segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Canção marinheira

* Por Talis Andrade

Do insondável mar o convite

Para os quintos a advertência
de tapar os ouvidos
A prudência de permitir
que amarrem o meu corpo
ao mastro do navio

Quero ouvir o cantar das sereias
o amavio da voz de Lorelei
me chamando

Salto no escuro
Vejo os olhos da morte
Azuis azuis azuis

Salto no escuro
cantando a canção de Fausto
nas tempestades e assaltos
A canção quem me ensinou
foi Evandro San Martim

Entre os dentes trago a faca
e nos meus olhos coloridos
- juro –
ó Ana, vem ver
ó Ana, vem ver
o fogo no mar
os peixes a arder

-
In Romance do Emparedado, 2007

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).


Um comentário: