A visita
* Por Núbia Araujo
Nonato do Amaral
Chego da rua rota, esfarrapada,suada. A cachorra pula de alegria, exige um dengo, não se importa com meu carinho molhado.
Tropeço na tartaruga, que não sabe pedir mas tem fome. Colho do pé umas
frutinhas vermelhas. Jogo as sandálias na varanda, metade da roupa está no
chão.
Alguém me espera, dizem. Procuro em volta, a sala vazia. Olho para a
estante e a encontro de asinhas fechadas, mostra uma beleza contida, não se
exibe.
Namoro-a com os olhos agradecendo sua visita, adoro surpresas! Ela prepara-se para a despedida, agradeço-lhe efusivamente.
Com as asas abertas, desnuda-se em vermelho vibrante e pede para voltar.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Também quero ser recebida assim. Seja bem-vinda!
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