

Ecocrisia
* Por Fernando Yanmar Narciso
O mundo já passou por inúmeras fases, antes que nós pudéssemos colocar nossas patas fétidas sobre ele. Nós ignoramos, mas o fato é que “nosso” planeta é um ser consciente. Quando alguma coisa não o agrada, ele trata de pentear os piolhos pra fora.
Quando se cansou dos dinossauros grunhindo o dia todo, se mordendo e largando troços de uma tonelada por onde andavam, ele (ajudado por um cometa) acabou com a raça de todos eles. Quando os australopitecos e os homos começaram a dar nos nervos do mundo, ele foi lentamente favorecendo a evolução das espécies até que ambas sumissem em detrimento de outras.
Há pouco tempo reparei que a raça humana já deu o que tinha que dar, do ponto de vista do planeta. Mas em vez de favorecer uma nova evolução, ele quer é nos passar os papeis de despejo. Sinais pipocam em todos os cantos indicando que os homens já não são mais bem-vindos na Terra. Terremotos, maremotos, vulcões, furacões, vendavais, superaquecimento, super-resfriamento, derretimento das calotas polares. Mais que fenômenos da natureza, eles são praticamente o mundo dizendo “Vão embora! Enchi o saco de vocês e de suas músicas! Xô! Rua!”
Mas nós já começamos a fazer as malas? Claaaaaaaro que não... Nós, humanos, somos muito pretensiosos. Queremos preservar o que é “nosso”! Nós “somos” a raça dominante, e queremos permanecer assim. Fazemos passeatas contra o tal aquecimento global, a poluição, e o que mais nos der na telha, tudo para prolongar a nossa estadia sobre o “nosso” planetinha. Não tem nenhum desses ecologistas chatos interessado em “salvar o mundo”, tudo o que eles querem é que não tenha chuva quando eles forem dar uma volta na ciclovia. Mas a bem da verdade, o mundo não precisa ser salvo. Ele precisa é ser libertado. Da gente.
Nós já fizemos o bastante por ele. Assim como todas as espécies que foram mortas pelo planeta ou tiveram sua evolução ajudada por ele. Acho que deveríamos colocar os pés no chão e aceitar que já não somos mais inquilinos bem-vistos pelo “grande chefe”. Não falo de Deus, mas sim do chefe em que todos nós estamos pisando na cara nesse instante. Se nós queremos mesmo “salvar o planeta”, acho que o melhor que podemos fazer é estender os braços e receber de peito aberto o que ele reservou para nós, sem medo da morte, sem hipocrisia e sem nenhuma tentativa de escapatória. Afinal, por que iríamos querer salvar nossas peles se tudo que está a nossa volta deixará de existir?
* Fernando Yanmar Narciso, 25 anos, formado em Design, filho de Mara Narciso, escritor do blog “O Blog do Yanmar”, http://fernandoyanmar.wordpress.com
* Por Fernando Yanmar Narciso
O mundo já passou por inúmeras fases, antes que nós pudéssemos colocar nossas patas fétidas sobre ele. Nós ignoramos, mas o fato é que “nosso” planeta é um ser consciente. Quando alguma coisa não o agrada, ele trata de pentear os piolhos pra fora.
Quando se cansou dos dinossauros grunhindo o dia todo, se mordendo e largando troços de uma tonelada por onde andavam, ele (ajudado por um cometa) acabou com a raça de todos eles. Quando os australopitecos e os homos começaram a dar nos nervos do mundo, ele foi lentamente favorecendo a evolução das espécies até que ambas sumissem em detrimento de outras.
Há pouco tempo reparei que a raça humana já deu o que tinha que dar, do ponto de vista do planeta. Mas em vez de favorecer uma nova evolução, ele quer é nos passar os papeis de despejo. Sinais pipocam em todos os cantos indicando que os homens já não são mais bem-vindos na Terra. Terremotos, maremotos, vulcões, furacões, vendavais, superaquecimento, super-resfriamento, derretimento das calotas polares. Mais que fenômenos da natureza, eles são praticamente o mundo dizendo “Vão embora! Enchi o saco de vocês e de suas músicas! Xô! Rua!”
Mas nós já começamos a fazer as malas? Claaaaaaaro que não... Nós, humanos, somos muito pretensiosos. Queremos preservar o que é “nosso”! Nós “somos” a raça dominante, e queremos permanecer assim. Fazemos passeatas contra o tal aquecimento global, a poluição, e o que mais nos der na telha, tudo para prolongar a nossa estadia sobre o “nosso” planetinha. Não tem nenhum desses ecologistas chatos interessado em “salvar o mundo”, tudo o que eles querem é que não tenha chuva quando eles forem dar uma volta na ciclovia. Mas a bem da verdade, o mundo não precisa ser salvo. Ele precisa é ser libertado. Da gente.
Nós já fizemos o bastante por ele. Assim como todas as espécies que foram mortas pelo planeta ou tiveram sua evolução ajudada por ele. Acho que deveríamos colocar os pés no chão e aceitar que já não somos mais inquilinos bem-vistos pelo “grande chefe”. Não falo de Deus, mas sim do chefe em que todos nós estamos pisando na cara nesse instante. Se nós queremos mesmo “salvar o planeta”, acho que o melhor que podemos fazer é estender os braços e receber de peito aberto o que ele reservou para nós, sem medo da morte, sem hipocrisia e sem nenhuma tentativa de escapatória. Afinal, por que iríamos querer salvar nossas peles se tudo que está a nossa volta deixará de existir?
* Fernando Yanmar Narciso, 25 anos, formado em Design, filho de Mara Narciso, escritor do blog “O Blog do Yanmar”, http://fernandoyanmar.wordpress.com
Nobreza é para poucos...
ResponderExcluirNa hora do juízo final quando Gaia
bater o martelo, muitos implorarão
por suas míseras vidas e gritarão
feito porcos na hora do abate.
Abraços
Do ponto de vista do cosmo, somos o virus que se fortalece na extinção de uma espécie após outra. Para nós, não há remédio nem perdão.
ResponderExcluirA sua visão dos nossos erros é assustadora. Também não vejo motivo para ter apego a vida quando o mundo não mais existir.
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