

Clip
* Por Suzana Vargas
Cabras desciam o morro.
A árvore não dava frutos
dava louros,
Mas a vontade de dizer pro moço
que a gagueira dele emocionava
(e ele podia me levar dali com ela)
era maior que as surpresas da paisagem.
(um olho nos bichos
outro nas palavras
dançando sobre mim)
O rapaz era magro
quase feio,
nunca adivinharia:
queria impressionar falando sobre carros,
política,
E eu ali,
ouvido fixo no discurso tropeçante
que ajeitava camisa
e arrumava cabelo
Mas o centro mesmo,
afora o canto dos louros e a vertigem das cabras,
eram os poucos pedaços de sua voz.
* Poetisa gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, autora de literatura infantil e ensaísta. Tem 16 livros publicados, entre os quais “Sombras chinesas” , “Caderno de Outono” (indicado ao Prêmio Jabuti) e “O amor é vermelho”.
* Por Suzana Vargas
Cabras desciam o morro.
A árvore não dava frutos
dava louros,
Mas a vontade de dizer pro moço
que a gagueira dele emocionava
(e ele podia me levar dali com ela)
era maior que as surpresas da paisagem.
(um olho nos bichos
outro nas palavras
dançando sobre mim)
O rapaz era magro
quase feio,
nunca adivinharia:
queria impressionar falando sobre carros,
política,
E eu ali,
ouvido fixo no discurso tropeçante
que ajeitava camisa
e arrumava cabelo
Mas o centro mesmo,
afora o canto dos louros e a vertigem das cabras,
eram os poucos pedaços de sua voz.
* Poetisa gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, autora de literatura infantil e ensaísta. Tem 16 livros publicados, entre os quais “Sombras chinesas” , “Caderno de Outono” (indicado ao Prêmio Jabuti) e “O amor é vermelho”.
Bonito demais seu poema, Suzana!
ResponderExcluirBeijo