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Cuidado com as inconfidências!
Muitos escritores têm o hábito de escrever diários, em que registram seu cotidiano: o que pensam, sentem, fazem etc. Quando são bons, produzem, em geral, páginas belíssimas, muito superiores às dos livros que publicaram. A razão é que escrevem sem compromisso, espontaneamente, apenas para o próprio deleite. Portanto, sem nenhuma preocupação com estilo ou o que quer que seja. Não lhes passa pela cabeça nesse momento que esses registros venham a ser publicados algum dia.
Em geral, não vejo mal nenhum nessa prática. Muitos desses diários, não raro, geram livros fantásticos, após a morte do escritor. Ou servem de subsídio para algum admirador escrever suas biografias.
Porém... (há sempre um porém), é preciso muito cuidado com o que se escreve. Afinal, o escritor é um homem público e, quando morre, todos os seus papéis, até as mais reles anotações, podem (na verdade tendem) a se transformar em documentos.
Se os diários não contêm nada de comprometedor, tudo bem. Continue escrevendo-o sem nenhuma preocupação. Em alguns casos, porém, os escritores registram coisas que desejariam manter em absoluto segredo – como casos extraconjugais, por exemplo – que jamais revelaram e nem revelariam a ninguém, nem ao amigo da sua maior confiança. É aí que mora o perigo.
Mesmo que instrua os herdeiros a destruírem esses diários quando morrer, nem sempre são atendidos, principalmente quando são famosos e tudo o que lhes diga respeito desperte curiosidade pública. A ambição costuma passar por cima de lealdades, inclusive as familiares.
Esses diários podem vir a cair em “mãos profanas”, de pessoas ávidas por escândalos e fofocas e então... Lá se vai para o espaço uma imagem pública impoluta. Uma reputação ilibada pode ir parar na lata de lixo. E justamente quando o objeto da fofoca não pode se defender! Há até publicações especializadas nesse tipo de informação, que faz a delícia dos imbecis e dos desocupados. .
Portanto, escritor amigo, se você faz diário, cuidado com o que escreve. Nunca caia na tentação de fazer inconfidências, ou seja, de registrar fatos e sentimentos que você gostaria que ninguém soubesse jamais. Se já o fez, rasgue imediatamente esses registros. Caso contrário... à sua revelia, corre o talvez iminente risco de ter a imagem para sempre comprometida quando não tiver a mínima chance de se defender. Cuide com zelo das suas anotações.
Boa leitura.
O Editor.
Muitos escritores têm o hábito de escrever diários, em que registram seu cotidiano: o que pensam, sentem, fazem etc. Quando são bons, produzem, em geral, páginas belíssimas, muito superiores às dos livros que publicaram. A razão é que escrevem sem compromisso, espontaneamente, apenas para o próprio deleite. Portanto, sem nenhuma preocupação com estilo ou o que quer que seja. Não lhes passa pela cabeça nesse momento que esses registros venham a ser publicados algum dia.
Em geral, não vejo mal nenhum nessa prática. Muitos desses diários, não raro, geram livros fantásticos, após a morte do escritor. Ou servem de subsídio para algum admirador escrever suas biografias.
Porém... (há sempre um porém), é preciso muito cuidado com o que se escreve. Afinal, o escritor é um homem público e, quando morre, todos os seus papéis, até as mais reles anotações, podem (na verdade tendem) a se transformar em documentos.
Se os diários não contêm nada de comprometedor, tudo bem. Continue escrevendo-o sem nenhuma preocupação. Em alguns casos, porém, os escritores registram coisas que desejariam manter em absoluto segredo – como casos extraconjugais, por exemplo – que jamais revelaram e nem revelariam a ninguém, nem ao amigo da sua maior confiança. É aí que mora o perigo.
Mesmo que instrua os herdeiros a destruírem esses diários quando morrer, nem sempre são atendidos, principalmente quando são famosos e tudo o que lhes diga respeito desperte curiosidade pública. A ambição costuma passar por cima de lealdades, inclusive as familiares.
Esses diários podem vir a cair em “mãos profanas”, de pessoas ávidas por escândalos e fofocas e então... Lá se vai para o espaço uma imagem pública impoluta. Uma reputação ilibada pode ir parar na lata de lixo. E justamente quando o objeto da fofoca não pode se defender! Há até publicações especializadas nesse tipo de informação, que faz a delícia dos imbecis e dos desocupados. .
Portanto, escritor amigo, se você faz diário, cuidado com o que escreve. Nunca caia na tentação de fazer inconfidências, ou seja, de registrar fatos e sentimentos que você gostaria que ninguém soubesse jamais. Se já o fez, rasgue imediatamente esses registros. Caso contrário... à sua revelia, corre o talvez iminente risco de ter a imagem para sempre comprometida quando não tiver a mínima chance de se defender. Cuide com zelo das suas anotações.
Boa leitura.
O Editor.
Óbrigada,Pedro. Faço diário e vou seguir à risca o que nos aconselha.
ResponderExcluirAbraços