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Como somos
* Por Pedro J. Bondaczuk
Amada, amo-a como você é:
volúvel e contraditória,
pétala ao sabor dos ventos,
frágil cristal que se quebra
ao mais brusco toque,
sensível rosa-dos-ventos,
férreo pêndulo nervoso,
borboleta sem direção.
Amada, ama-me como sou:
rude, guerreiro do cotidiano,
dissimulado e incoerente,
semeador de metáforas,
Narciso embevecido comigo
Pan com máscara de bronze
e coração de geléia,
Hércules caçador de quimeras.
Apolo de fidelidade canina.
Vasculhe, sem medo, o fundo do poço
dos meus sentimentos gris,
repleto de rochas e estrelas
e rosas e tulipas e miosótis
e cardos e ardentes sarças
e gelo e ígnea lava,
onde viceja transcendental lírio
imune ao frio e ao calor,
alvíssimo e incorruptível,
do meu indestrutível amor.
Amemo-nos como somos:
anjos caídos, feras domesticadas,
côncavo e convexo que se atraem,
imperfeições que se completam
e fazem um mais-que-perfeito
mosaico de afetos e instintos:
metades do “um” perfeito.
*Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas), com lançamentos previstos para os próximos dois meses. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com
* Por Pedro J. Bondaczuk
Amada, amo-a como você é:
volúvel e contraditória,
pétala ao sabor dos ventos,
frágil cristal que se quebra
ao mais brusco toque,
sensível rosa-dos-ventos,
férreo pêndulo nervoso,
borboleta sem direção.
Amada, ama-me como sou:
rude, guerreiro do cotidiano,
dissimulado e incoerente,
semeador de metáforas,
Narciso embevecido comigo
Pan com máscara de bronze
e coração de geléia,
Hércules caçador de quimeras.
Apolo de fidelidade canina.
Vasculhe, sem medo, o fundo do poço
dos meus sentimentos gris,
repleto de rochas e estrelas
e rosas e tulipas e miosótis
e cardos e ardentes sarças
e gelo e ígnea lava,
onde viceja transcendental lírio
imune ao frio e ao calor,
alvíssimo e incorruptível,
do meu indestrutível amor.
Amemo-nos como somos:
anjos caídos, feras domesticadas,
côncavo e convexo que se atraem,
imperfeições que se completam
e fazem um mais-que-perfeito
mosaico de afetos e instintos:
metades do “um” perfeito.
*Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas), com lançamentos previstos para os próximos dois meses. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com
Pode apostar que me caiu como uma luva. O mal de amor acaba sendo um bem. Senão, de que iríamos nos queixar? Gostei muito, especialmente a descrição dela, que sou eu outra vez.
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