Fragmentos
* Por
Alberto Cohen
E o que posso fazer dessa minha alma
que se divide em tantas, tão dispersas,
que, às vezes, penso que nem tenho alma,
mas pedaços de outras bem pequenas,
solitárias anãs, sobras, apenas,
que nos pavores vivem submersas.
E de negro, de luto vão vestidas,
como passivas freiras preteridas
na procissão de bajular os sonhos
que se fazem possíveis e inocentes,
que se disfarçam de belos presentes,
mas serão sempre sonhos, jamais vidas.
*
Poeta e escritor paraense
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