sábado, 4 de janeiro de 2014

Rotação

* Por Flora Figueiredo

Roda mundo,
 roda vida,
 roda vento.

 Passa tudo,
 passa tanto,
 passa tempo.

 Rodopiam as cores
 na eterna reticência
 do momento.

 Entre uma volta
 e outra
 do destino,
continuo
 apenas
 um menino
 a soprar meu gira-sonho
 como um catavento.

In  “O Trem Que Traz a Noite”, 2000

* Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.


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