segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Tempos dourados

* Por Carmo Vasconcelos

Tempos felizes, dum passado cheio,
lembrados quando em vez , pra nosso enleio,
memórias que nos trazem céus de encanto…
A colorirem nossa vida gasta,
onde parece nada haver que basta
e ser de sobra, só saudade e pranto.
Agora, o velho banco de jardim
chora em ferrugem lembranças de mim,
quando em abraço terno era adorada…
E até as roseiras, dantes tão floridas,
sem nossos madrigais, murcham doridas,
rogando orvalhos pela madrugada.
Longe ficaram os volteios de dança,
nesta imobilidade que nos cansa
dos frios cedês , gemendo tais boleros…
O romantismo foi-se na distância,
e os cravos na lapela, sem fragrância,
são quais amores d´hoje, não sinceros!


• Maria do Carmo F. Vasconcelos de Figueiredo é poetisa portuguesa

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