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Baladas VIII
* Por Hilda Hilst
à Gisela
I
O poema não vem.
E quando vem é falho,
impreciso.
Este canto sem nome
é um apelo
aos homens à escuta
e às mulheres.
Há tempos que sua ausência
ronda os caminhos do sono
envolve-se igual à rede
no mistério de minha vida.
Boiavam antes os peixes
à tona do pensamento.
Havia estrelas do mar
no fundo dos castiçais.
II
Manhã raiada ou soluço
perdido na madrugada,
transformado em folha, fruto,
brotando igual à palmeira
em terra sem tradição
mesmo assim,
tragam esta poesia
que é preciso falar
da amiga que se indo embora
demora até voltar.
E deste amor de pensá-la
sem revê-la
nascerá o meu canto
mais sentido
que o cantar dos amantes
satisfeitos.
III
Homens distantes do mundo
sucumbidos pelo sonho,
dia virá em que as naus
estarão sem nenhum porto
e as velas sem direção.
Nem haverá uma estrela
buscando o brilho de outrora
e sem ela algum poeta
fazendo um último apelo:
- Procurem o poema virgem.
Manhã raiada ou soluço
perdido na madrugada...
• Poetisa, dramaturga e ficcionista
* Por Hilda Hilst
à Gisela
I
O poema não vem.
E quando vem é falho,
impreciso.
Este canto sem nome
é um apelo
aos homens à escuta
e às mulheres.
Há tempos que sua ausência
ronda os caminhos do sono
envolve-se igual à rede
no mistério de minha vida.
Boiavam antes os peixes
à tona do pensamento.
Havia estrelas do mar
no fundo dos castiçais.
II
Manhã raiada ou soluço
perdido na madrugada,
transformado em folha, fruto,
brotando igual à palmeira
em terra sem tradição
mesmo assim,
tragam esta poesia
que é preciso falar
da amiga que se indo embora
demora até voltar.
E deste amor de pensá-la
sem revê-la
nascerá o meu canto
mais sentido
que o cantar dos amantes
satisfeitos.
III
Homens distantes do mundo
sucumbidos pelo sonho,
dia virá em que as naus
estarão sem nenhum porto
e as velas sem direção.
Nem haverá uma estrela
buscando o brilho de outrora
e sem ela algum poeta
fazendo um último apelo:
- Procurem o poema virgem.
Manhã raiada ou soluço
perdido na madrugada...
• Poetisa, dramaturga e ficcionista
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