terça-feira, 8 de fevereiro de 2011




Mário Quintana e Bruna Lombardi



* Por Talis Andrade

O aprendiz de feiticeiro
no espelho mágico
antevia e amava
tua beleza e poesia

O aprendiz de feiticeiro
via o tempo passar
Não lhe doía
o tempo que entardecia

O aprendiz de feiticeiro
não se desesperou
com os desencantos
os desencontros
Dos poetas a busca
da mulher inapreensível

Dante viu Beatriz
uma única vez
Beatriz era apenas
uma criança
prestes a morrer
Dante cantou
pela vida inteira
um amor que nesta vida
nunca existiu

Píndaro fala
das criaturas de um dia
Se ao poeta foi concedido
apenas um dia
de felicidade
por que contar
os outros dias
A verdadeira vida
não tem medida

O aprendiz de feiticeiro
te esperou
Somente os anciãos
podem dizer
que esperou

O aprendiz de feiticeiro
começou a te amar
e você
nem tinha nascido
No espelho mágico
antevia e amava
tua beleza e poesia

O aprendiz de feiticeiro
te esperou
e viestes ao anoitecer
e viestes ao anoitecer

A vida Bruna
não é inútil
porque termina
em um túmulo

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

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