terça-feira, 5 de outubro de 2010




Comunicado

* Por Flora Figueiredo

Só por hoje vou rasgar os códigos.
Desacato as regras, os preços módicos.
Só por hoje desacredito das retas,
descarrilho do trilho, desvio das setas.
Preciso de tempo pra sonhar,
respirar fundo e carregar na mão
o sal da vida e o mel do mundo.

Se o compromisso tocar a campainha,
peço que aguarde na casa vizinha,
mansamente, sem fazer alarde.
Mas comunico a todos pela imprensa
que sumiu a lucidez.
Pediu licença.
É só por hoje, mas agora é minha vez.

* Poetisa, cronista e tradutora, autora de “O trem que4 traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.

Um comentário:

  1. Flora, ouso pegar carona em sua poesia
    e pedir licença tambem.
    Pelo menos por agora.
    Obrigado pelo presente.
    Parabéns.

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