sexta-feira, 7 de maio de 2010




A vida como ela é

* Por Silvana Alves

A primeira vez que andei de roda gigante, eu devia ter uns 6, 7 anos de idade. Eu lembro bem desse dia, nem olhava para os lados, nem me mexia de tanto pavor que eu tinha da altura. Bem na minha frente estava a minha irmã mais velha, ela sim gostava, e fez eu ir com ela... foi numa noite estrelada, e tudo que eu não queria naquele dia era cair lá de cima e morrer.

A altura sempre me preocupou, sempre fiquei tonta ao chegar perto de lugares que não me davam a sensação de segurança. Quando andei de avião pela primeira vez, quase morri. Desisti de pular de pára-quedas e, na hora H, desisti da Tirolesa, ai que vergonha. Uma menina de 10 anos riu de mim. Mas eu sempre quis ter asas para voar, então não sei de onde vem esse medo, porque voar baixo, não dá.

Traçando um paralelo das alturas com a vida, me dei conta que sempre vivi muito alto, e claro, algumas vezes caí. Talvez a maior de todas as quedas foi há quase quatro anos. Caí e fiquei muito machucada. Feri e fui ferida; de uma maneira que em diversos momentos, pensei que nunca mais fosse alçar voo.

Mas a vida é cheia de surpresas, de momentos, de expectativas, de lutas, de vitórias... Tenho uma fé que por horas eu pensei que iria deixá-la, mas não deixei. Tudo foi acontecendo ao mesmo tempo, e se não bastasse aquela, maior de todas as quedas, alguns meses depois outra viria. Força, coragem, FÉ... fizeram com que eu continuasse voando.

Em roda gigante nunca mais andei, nem pensar.. Avião, só em último caso mesmo. Já os esportes nas alturas deixo para quem tem coragem. Prefiro meu handebol, basquete, minha ginástica, dança. Meus voos continuarão altos sim, porém os pés ficarão firmes no solo, para que quando cair, espero que não, eu possa estar segura no asfalto, e logo alçar novo voo.

* Jornalista formada pela FATEA (Faculdade Integrada Teresa D´Ávila). Duas palavras falam por mim: vida e poesia.

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