segunda-feira, 3 de maio de 2010




De que se compõe o rosto

* Por Washington Queiroz

Das vestes
que guardam punhais.
Breves,
e sempre este tom rouxinol,
que vai sulcando o rosto
em cada rastro, cada canto;
vai sugando o pulso.
Das vestes
com suas ínguas, ranhuras:
sua dose de arsênio.
(Aqui a vida também se faz
do veneno, do sangue venoso
ou do fracasso ineludível.
Por isso se desenha assim
este rosto amargo-doce ou
simplesmente mórbido que
agora dizes enternecer-te).

* Poeta e antropólogo baiano, autor do livro “A dança dos véus – fantasia e fuga”.

Um comentário:

  1. As vezes a beleza que enxergamos
    é tão superficial que cai com
    uma simples chuva.
    Bonita poesia.
    Abraços

    ResponderExcluir