Tensões, perigos e
oportunidades
As tensões da vida
moderna, mormente na área profissional – onde a alta tecnologia suprime milhões
de empregos, definitivamente, pelo mundo afora, a cada ano – são as principais
responsáveis por um fenômeno crescente nos nossos dias: o estresse. Esse estado
psicológico, que se reflete no organismo, se caracteriza, entre outros
sintomas, por um estado de permanente cansaço, dores de estômago, diarréia,
insônia, irritabilidade e elevação da pressão arterial. Apesar de existirem
técnicas para conviver com essa situação e até usá-la a nosso favor, para
produzir mais e melhor, não se recomenda sua adoção, pelos riscos que envolve.
O estresse pode até matar, sendo causa freqüente de enfartes e de derrames.
Minhas
considerações, todavia, não se concentram no aspecto médico, mas no
comportamental e econômico. O indivíduo estressado está sempre nervoso,
brigando com os companheiros de trabalho, com a família, com os amigos e com os
subordinados (quando se trata de chefe). Arruína, portanto, qualquer
relacionamento e envenena até o ambiente mais saudável que exista. Além disso,
traz enormes prejuízos financeiros para si e para quem o emprega.
Estatísticas
da Organização Mundial do Trabalho revelam que o estresse custa, às empresas
dos EUA, mais de US$ 200 bilhões anuais em absenteísmo, produtividade reduzida,
despesas médicas e processos de indenização! Na Grã-Bretanha, provoca perdas da
ordem de 10% do Produto Interno Bruto! E no Brasil? Embora não haja
levantamentos confiáveis a respeito, os prejuízos são equivalentes, ou até
maiores, do que os registrados nos países do Primeiro Mundo. Manda a prudência,
portanto, que aos primeiros sintomas desse esgotamento extremo, se procure um
médico e, sobretudo, que se adote uma postura mais "light" frente aos
problemas. Afinal, o trabalho é apenas uma parte da vida... e sequer é a
principal! Pense nisso...
Os instintos da
vida, “erótico”, e da morte, “tânico”, em permanente conflito dentro do ser
humano, manifestam-se, igualmente, em suas obras. Como, por exemplo, nas
sociedades nacionais que ele criou. A despeito de duas grandes guerras mundiais
que, juntas, causaram a extinção, de forma violenta, de pelo menos 40 milhões
de indivíduos; apesar da violência
urbana crescente, que redunda em muitas mortes, diariamente; mesmo com
os conflitos regionais, cada vez mais sangrentos (e eles já foram mais de 400
desde 1945), este dom maravilhoso e inexplicável está prevalecendo.
A
população mundial está somente crescendo, assustando os pessimistas e os
egoístas, os de visão estreita, que não cogitam de novas formas para acomodar
tantos seres humanos e pensam somente em expedientes mortais. Quando a missão
Apolo desceu homens na Lua, que exploraram parte de nosso satélite, na década
de 70, foram despertadas esperanças grandiosas na humanidade, de dias gloriosos
para a espécie. No entanto, a corrida armamentista passou a falar mais alto e
as verbas destinadas (ou que deveriam ter este destino) à exploração espacial,
acabaram desviadas para a pesquisa e construção de engenhos destrutivos cada
vez mais demoníacos e devastadores.
Dessa
vez, portanto, o instinto “tânico” ganhou mais alguns pontos sobre o “erótico”.
Outros conquistados por ele têm sido a insensata destruição da natureza, o
egoísmo crescente que condena milhões de indivíduos à miséria, à fome, ao
desespero e a um hedonismo estúpido, na base do “aqui e agora”, que tira das
pessoas a visão de grandeza, o sonho da aventura, a coragem de aceitar
desafios.
Apesar
de todas estas coisas, no entanto, a vida prevalece. Na China, todos os
programas de controle da natalidade falharam e o país, que contava chegar ao
ano 2000 com 1,1 bilhão de habitantes, atingiu (estatisticamente) quase meio
bilhão a mais neste 2013.
Para
muitos, o explosivo aumento populacional é sinônimo de miséria, de
dificuldades, de aperto. No terreno prático, com as coisas postas como estão
atualmente, quando ninguém quer dividir nada com ninguém, às vezes nem com os
próprios filhos, é isto realmente o que nos espera. Mas se o homem usar o seu
imenso potencial de inteligência de forma ousada; se permitir que o instinto
erótico fale mais alto e se conseguir sufocar o tânico; se der rédeas à
imaginação e se dispuser a concretizar o seu sonho, poderá operar maravilhas.
Terá
condições de viajar para outros sistemas planetários, descobrir outros mundos e
povoá-los. Se não fizer isso, o que o espera é a destruição irremediável. Só as
formas é que podem variar: através da violência da guerra, total e/ou regional;
pela fome ou sufocado pelos maus odores do lixo, da poluição e dos esgotos das
centenas de cidades, que ele próprio produz ininterruptamente.
Boa leitura.
O Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
"engenhos destrutivos cada vez mais demoníacos e devastadores." Medo!
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