A coisa
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
Na boca murcha
a saliva espessa
se avoluma.
A coisa cospe.
Os olhos de rapina
esmiuçam, perscrutando
as nuvens.
Coça os bagos
distraidamente.
Um torvelinho
levanta a poeira
vermelha.
O coração acelera
no corpo esquálido
enquanto nuvens
pesadas dançam
no céu.
A esperança reacende
o fiapo de vida.
Um homem sorri.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Lembrei-me de figuras ancestrais que eram assim.
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