* Por Fernando Yanmar Narciso
Desde o início dos tempos, os homens sempre precisaram provar o seu valor para o sexo oposto. Nos desenhos animados passados na pré-história, lá ia o cavernícola armado só com um porrete para arrebentar a cabeça do tiranossauro e salvar a mocinha de maiô de leopardo. E se mesmo depois desse feito heróico ela o rejeitasse, bastava o Piteco dar com o porrete na cabeça dela e já podiam se declarar marido e mulher. Não que eu aprove tal costume, que creio eu nem ter existido.
E lá iam os nobres cavaleiros dos contos da Idade Média... Homens com vários quilos de ferro cobrindo todo o corpo, carregando lanças, escudos e espadas, entrando em cavernas ou castelos lúgubres para livrar a princesa das garras do dragão, do feiticeiro ou do tarado do reino, e invariavelmente se casar com ela no fim da história. Bons tempos aqueles!
Mas no mundo moderno a coisa mudou de figura. Se os cavaleiros de armadura precisavam de espada, lança e escudo para matar o dragão, as mulheres de hoje estripam o lagartão à unha e obrigam seus cavaleiros a pendurar a cabeça do bicho empalhada na lareira.
A maioria das mulheres modernas me assusta. A geração Angelina Jolie adora ser o gênero dominante, independente, indestrutível e perfeito. Mas, perdoem-me pela pergunta maldosa. Se o sucesso profissional é tudo que vocês dizem ser, me respondam por que a maioria das mulheres profissionalmente bem-sucedidas chega à fase “tiazona” sem companhia masculina ou filhos? Elas trazem a resposta sempre na ponta da língua: nenhum homem é digno de minha companhia, todos uns imprestáveis machistas e preguiçosos!
Algumas abdicam dos prazeres da maternidade e da união conjugal em nome de uma identidade profissional e da auto-afirmação. Conheço muitas que adoram estufar o peito e bradar que se orgulham de nunca ter posto a mão numa vassoura, nem batido uma roupa no tanque, nem mesmo de passar manteiga num pão. Os homens que se virem, ora essa! Já perdemos tempo demais nessa escravidão doméstica! Então elas vão ao trabalho e se dão conta que simplesmente trocaram a submissão aos maridos pela submissão aos patrões. Assim como há as mulheres batalhadoras, há também as que se aproveitam das conquistas de suas “colegas” para ficar de papo pro ar. Nunca limparam, cozinharam ou lavaram na vida simplesmente porque não querem fazer porcaria nenhuma e ponto final.
Às vezes acho que estamos numa imensa guerra civil, uma apartheid sexista. Não há nenhuma lei do lado dos homens, porque, segundo elas, já tivemos privilégios demais desde que o mundo é mundo. Tudo sempre favorece a mulher. Pensam que é exagero meu? Imaginem o seguinte quadro: Se uma esposa castra o marido e dá descarga no, digamos, conjunto da obra, não apenas todos riem como a psicopata é transformada em heroína das mulheres, símbolo da luta contra a ditadura masculina. Ninguém se sensibiliza com o pobre mutilado, que é 99% de certeza que tem sua parcela de culpa no crime, e agora vai ter de aprender a urinar sentado. Por outro lado, se o marido resolver se vingar da esposa porque ela o trai e cortar o clitóris dela fora, vai pra cadeia na hora. Não parece uma troca das mais justas, concordam?
Mesmo que alguns homens sejam verdadeiros mastodontes com as mulheres, a maioria de nós, no fundo, quer uma parceira a qual possamos proteger. Quando chegamos numa certa idade, temos necessidade de formar e preservar nosso rebanho. Mas a última palavra sempre foi delas, mesmo antes de virarem a mesa. O movimento feminista, que começou exigindo direitos iguais para ambos os gêneros, acabou se convertendo em “todos os direitos do universo para elas, uma mariola para eles”. Depois das conquistas femininas da década de 1960, não há uma só coisa no mundo que elas não tenham se metido a fazer e não tenham nos superado. Comandam países com mais d esenvoltura, projetam casas melhores, desenham roupas mais bonitas, dirigem com mais cuidado (OK, não a maioria...), fazem menos bagunça e desperdiçam menos trabalhando em obras, enchem a cara melhor que muito cachaceiro da velha guarda, pilotam tanques de guerra e jatos supersônicos, até na musculação elas têm mais vigor que muito macho por aí- Ahem, eu...
Se me dão licença, vou tentar abater aquele brontossauro ali com meu tacape, pra impressionar a gata que acabou de passar. Se eu não correr, ela vai pegar o bicho antes de mim.
*Designer e escritor. Site: HTTP://terradeexcluidos.blogspot.com.br
Miscelânea com direito a alguns cinismos e estamos conversados.
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