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Grão de Arroz
* Por Yeda Prates Bernis
Ah! Claro silêncio do campo,
marchetado de faiscantes
pigmentos de sons!
O coração da aranha
se desfaz em geometria
de seda e mandala.
Manchas de tarde
na água. E um vôo branco
transborda a paisagem.
Neblina sobre o rio,
poeira de água
sobre água.
Imóvel,
o barco.
No entanto, viaja.
Lavadeiras de beira-rio.
nas águas, boiando,
cores e cantos.
Cai da folha
a gota dágua. Lá longe,
o oceano aguarda.
Na poça dágua
o gato lambe
a gota de lua.
De púrpura, seu mergulho
no aquário. No coração,
o mais antigo azul.
Escorre pela folha
a tarde imensa,
pousada em gota dágua.
Noite no jasmineiro.
Sobre o muro,
estrelas perfumadas.
Um marcador japonês
no livro de hai-kais
– silencioso conluio.
(Do livro Grão de Arroz, Editora Itatiaia Ltda).
* Poetisa.
* Por Yeda Prates Bernis
Ah! Claro silêncio do campo,
marchetado de faiscantes
pigmentos de sons!
O coração da aranha
se desfaz em geometria
de seda e mandala.
Manchas de tarde
na água. E um vôo branco
transborda a paisagem.
Neblina sobre o rio,
poeira de água
sobre água.
Imóvel,
o barco.
No entanto, viaja.
Lavadeiras de beira-rio.
nas águas, boiando,
cores e cantos.
Cai da folha
a gota dágua. Lá longe,
o oceano aguarda.
Na poça dágua
o gato lambe
a gota de lua.
De púrpura, seu mergulho
no aquário. No coração,
o mais antigo azul.
Escorre pela folha
a tarde imensa,
pousada em gota dágua.
Noite no jasmineiro.
Sobre o muro,
estrelas perfumadas.
Um marcador japonês
no livro de hai-kais
– silencioso conluio.
(Do livro Grão de Arroz, Editora Itatiaia Ltda).
* Poetisa.
Lindas e inspiradas imagens recheiam este poema cheio de fôlego. Tudo suave como a tintura de folhas de chá sobre seda. Enfim, uma beleza mesmo! Parabéns, Yeda.
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