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Escritores-fantasmas
Há pessoas com vidas exemplares, cujas biografias poderiam servir de exemplo às novas gerações, com idéias e feitos notáveis, mas que esbarram num obstáculo (para elas) aparentemente intransponível: não têm habilidade de escrever. Não, pelo menos, de forma atrativa e coerente, como os escritores fazem. Há, também, os que, em circunstâncias idênticas, mesmo talentosíssimas na arte da escrita, não dispõem de tempo para o registro do que fazem, pensam e sentem.
Há, ainda, os que se “julgam” especiais (muitos nem são), acham que o que fizeram merece um registro permanente para a posteridade, e que esbarram em um dos dois obstáculos citados (ou em ambos). Ou seja, ou não têm habilidade para escrever ou não dispõem de tempo. O que fazer nessas circunstâncias? Passar batido e se contentar, apenas, com o que a imprensa diz deles? Não necessariamente.
Pessoas nas condições citadas podem, perfeitamente, contratar (e de fato o fazem) os serviços de um “ghost-writer”. E o que vem a ser isso? Essa é a expressão inglesa para a figura do escritor-fantasma. Ou seja, do profissional de alto nível intelectual, que domina à perfeição as regras do idioma e a arte da escrita e que, mediante remuneração previamente pactuada, redige as biografias (ou idéias, ou projetos, ou discursos de políticos, ou seja lá o que for) de quem não tenha habilidades ou tempo para escrever.
Claro que, ao assinar contrato para a prestação desses serviços, abre mão de todos os direitos autorais das obras que vier a produzir em nome do contratante. E mais, assume o compromisso do mais rigoroso sigilo acerca da sua autoria. Contratualmente, ninguém poderá saber, jamais, que foi quem de fato escreveu os livros que circularem em nome da personalidade que requisitou seus serviços. Daí a expressão “escritor-fantasma”. Entregue o “trabalho”, desaparece de cena, simplesmente, como se nunca tivesse existido.
Hoje em dia, há editoras (inclusive no Brasil) que mantêm em seus quadros de funcionários equipes de “ghost-writers”, para estimular personalidades e publicarem suas “auto-biografias” (que, rigorosamente, fossem atentar à absoluta verdade, não poderiam utilizar o prefixo “auto”, não é mesmo?). Políticos também contratam os serviços desses profissionais, aos quais designam, eufemisticamente, de “assessores parlamentares”.
Este editor admira os escritores-fantasmas e respeita sua opção. Porém, a menos que estivesse numa pindaíba de fazer gosto, destas para ninguém botar defeito, em que tivesse que vender o almoço para pagar o jantar, jamais aceitaria tarefa desse tipo.
Por que? Por mera vaidade intelectual!!! Não faz, portanto, nenhum juízo de valor a propósito. Até porque, na maioria das vezes, os “ghost-writers” prestam inestimáveis serviços à arte, à cultura, à ciência e à sociedade; trazendo à luz exemplos, idéias, descobertas e conceitos que se perderiam sem a sua providencial intervenção.
E você, escritor amigo (e em especial nosso atento e assíduo leitor) o que pensa a esse respeito? Assumiria esse papel, sem nenhuma crise ou arrependimento? Recusaria? Este espaço está aberto, diria escancarado caso se sinta habilitado (e, principalmente queira) externar sua opinião.
Boa leitura.
O Editor.
Há pessoas com vidas exemplares, cujas biografias poderiam servir de exemplo às novas gerações, com idéias e feitos notáveis, mas que esbarram num obstáculo (para elas) aparentemente intransponível: não têm habilidade de escrever. Não, pelo menos, de forma atrativa e coerente, como os escritores fazem. Há, também, os que, em circunstâncias idênticas, mesmo talentosíssimas na arte da escrita, não dispõem de tempo para o registro do que fazem, pensam e sentem.
Há, ainda, os que se “julgam” especiais (muitos nem são), acham que o que fizeram merece um registro permanente para a posteridade, e que esbarram em um dos dois obstáculos citados (ou em ambos). Ou seja, ou não têm habilidade para escrever ou não dispõem de tempo. O que fazer nessas circunstâncias? Passar batido e se contentar, apenas, com o que a imprensa diz deles? Não necessariamente.
Pessoas nas condições citadas podem, perfeitamente, contratar (e de fato o fazem) os serviços de um “ghost-writer”. E o que vem a ser isso? Essa é a expressão inglesa para a figura do escritor-fantasma. Ou seja, do profissional de alto nível intelectual, que domina à perfeição as regras do idioma e a arte da escrita e que, mediante remuneração previamente pactuada, redige as biografias (ou idéias, ou projetos, ou discursos de políticos, ou seja lá o que for) de quem não tenha habilidades ou tempo para escrever.
Claro que, ao assinar contrato para a prestação desses serviços, abre mão de todos os direitos autorais das obras que vier a produzir em nome do contratante. E mais, assume o compromisso do mais rigoroso sigilo acerca da sua autoria. Contratualmente, ninguém poderá saber, jamais, que foi quem de fato escreveu os livros que circularem em nome da personalidade que requisitou seus serviços. Daí a expressão “escritor-fantasma”. Entregue o “trabalho”, desaparece de cena, simplesmente, como se nunca tivesse existido.
Hoje em dia, há editoras (inclusive no Brasil) que mantêm em seus quadros de funcionários equipes de “ghost-writers”, para estimular personalidades e publicarem suas “auto-biografias” (que, rigorosamente, fossem atentar à absoluta verdade, não poderiam utilizar o prefixo “auto”, não é mesmo?). Políticos também contratam os serviços desses profissionais, aos quais designam, eufemisticamente, de “assessores parlamentares”.
Este editor admira os escritores-fantasmas e respeita sua opção. Porém, a menos que estivesse numa pindaíba de fazer gosto, destas para ninguém botar defeito, em que tivesse que vender o almoço para pagar o jantar, jamais aceitaria tarefa desse tipo.
Por que? Por mera vaidade intelectual!!! Não faz, portanto, nenhum juízo de valor a propósito. Até porque, na maioria das vezes, os “ghost-writers” prestam inestimáveis serviços à arte, à cultura, à ciência e à sociedade; trazendo à luz exemplos, idéias, descobertas e conceitos que se perderiam sem a sua providencial intervenção.
E você, escritor amigo (e em especial nosso atento e assíduo leitor) o que pensa a esse respeito? Assumiria esse papel, sem nenhuma crise ou arrependimento? Recusaria? Este espaço está aberto, diria escancarado caso se sinta habilitado (e, principalmente queira) externar sua opinião.
Boa leitura.
O Editor.
Por mais escancarado que esteja o espaço, os contidos leitores não querem se posicionar. Acho o seguinte: o combinado não é caro. Pagou pelo serviço, deverá recebê-lo. Chico Buarque, no belo livro "Budapeste" conta exatamente um caso de ghost-writer. O seus detratores dizem que ele é um enganador, e que escreve muito mal. Não gostei de "Benjamin" e nem do "Estorvo", e ainda não li "Leite derramado", mas este citado anteriormente eu adorei. E não me importo se dizem que Chico Buarque é uma fraude na literatura. Vender autoria sim, a luz da ética é que seria uma fraude. Ou não?
ResponderExcluirAceito sem problema nenhum. Não sou vaidosa. Aliás, trabalho com uma pessoa que me encomenda textos de auto-ajuda . Eu os escrevo e ele assina. Que mal há nisso ? Sou profissional da escrita. Escrevo. E preciso ganhar dinheiro. Mesmo que como "Ghost Writer".
ResponderExcluirVaidade ? Que nada ! Vaidade não dá dinheiro no bolso.
Alguém precisando de um " Ghost Writer" estou aberta a negociações. rsrrrsrsrrsrs....
Sem o menor problema !