Mãos
e mundo
* Por Emanuel Medeiros Vieira
“A
causa fundamental dos problemas no mundo é que os estúpidos são
cheios de certezas enquanto os inteligentes estão cheios de
dúvidas”. Carl
Gustava Jung (1875-1961)
Aquelas
mãos tão inquietas antes inertes agora cruzadas (o cheiro de flor e
vela). Para onde iremos? A pergunta é inútil: nunca saberemos.
Festas,
carnavais, delírios, drogas (e violência, autofagia, crueldade,
medo). Depois, todos irão embora, ele ficará lá debaixo dos sete
palmos.
E
muitos pensarão: “Credo, final de ano e ele gosta de escrever
coisas tristes, pessimistas”. O bom da idade é que não mais nos
importamos com os juízos alheios e com a ignorância deslumbrada.
Somos
poucos? Somos. Tantos cantores sertanejos, tanto funk – para que se
preocupar, afora a Annita...” E as mãos estarão para sempre
quietas – sempre.
(Salvador,
30 de dezembro de 2017)
*
Romancista, contista, novelista e poeta catarinense, residente em
Brasília, autor de livros como “Olhos azuis – ao sul do
efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos caminham comigo
nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava
simpósios”, entre outros.
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