quinta-feira, 14 de abril de 2016

A desejável interação


O sonho de todos os que lidam com comunicação no seu cotidiano; jornalistas, radialistas, apresentadores de televisão e escritores (claro), sempre foi o de poder interagir com os receptores das suas mensagens, o que se convencionou chamar de “público em geral”. O advento da informática vem tornando, a cada dia, mais possível esse contato direto entre ambas as partes.

Já é bastante comum, por exemplo, notadamente nas grandes emissoras de rádio, locutores terem um computador, bem ao lado do microfone, em suas mesas no estúdio, para repercutirem opiniões dos ouvintes. Aliás, esse veículo já havia saído na frente dos demais, nesse aspecto, com programas que há já algumas décadas contavam (e ainda contam) com a participação direta do público, através do telefone.

As televisões se preparam (algumas já fazem testes nesse sentido), para possibilitar a interação efetiva dos telespectadores. Em breve, estes poderão comentar, por exemplo, as notícias que recebem e, até, acionar a repetição de lances duvidosos, numa transmissão de futebol, em uma telinha ao lado da tela principal, com um simples clique no mouse do seu computador.

Na internet, sites e blogs, os mais variados, jornalísticos ou não, estão “bombando”, como costumam dizer os adolescentes. Os mais acessados são, notadamente, os dos jornalistas da área política, que contam com centenas de comentários a cada tópico que exibem. É compreensível. Este é um tema apaixonante, embora seja absolutíssima exceção haver consenso a respeito da qualquer coisa que se refira à atividade.

Ocorre que a Literatura também apaixona. Além do que, é muito mais abrangente do que a política. Enquanto esta aborda um único aspecto da atividade humana, aquela trata de “tudo” o que envolva e interesse ao homem. Deveria, pois, apaixonar muito mais e, por conseqüência, gerar maior quantidade de debates. Não gera.

Pesquisando diversos blogs literários, este editor constatou que pouquíssimos deles contam com a participação direta dos leitores. A maioria permanece “às moscas”. Raros são, portanto, os leitores que interagem com os escritores. Por que? Mistério!

Mesmo aqui, no Literário, e isto desde que estávamos na nossa antiga “casa”, são para lá de escassos os comentários nos diversos tópicos que trazemos a público todos os dias (sem interrupção sequer em sábados, domingos ou feriados). Hoje, por exemplo, nosso contador de acessos registrava, logo pela manhã, 530.913 visitas. Quantos desses visitantes comentaram qualquer coisa publicada aqui? Quantos irão comentar? Os comentários, em média, mal chegam a seis por dia, e assim mesmo de colunistas e/ou colaboradores.

Este editor faz das tripas coração para provocar debates, em editoriais propositalmente polêmicos, e sem repetições (o que, convenhamos, é um desafio constante à imaginação e à criatividade), mas ainda não conseguiu estabelecer a sonhada interação com os leitores. Por que? Mistério! Que tal fazer de cada tópico do Literário um fórum de debates, como ocorre nos blogs dos jornalistas que tratam de política? Está lançado o desafio. Quem se habilita?

Boa leitura.

O Editor.

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Um comentário:

  1. O telefone fixo caminha para seu fim. Os blogs já ferveram e tiveram públicos apaixonados. Há tempos as visitas tornaram-se escassas. Acompanho alguns e vejo que as entradas são poucas e os comentários ainda em menor número. A política tem estado acolalorada e o Facebook bastante politizado. Mesmo quem nunca opinou na política, tem se manifestado. A virulência e agressividade atingiram seu ápice há algum tempo, mas se arrefeceram. Passado o clima de guerra, imagino que os blogs de política também deverão se esvaziar. As modas passam ligeiras.

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