Permita-me
* Por Flora Figueiredo
Aproxime-se mais.
Tente sentir do que um
abraço é capaz.
Quando bem apertado,
ele ampara tristezas,
sustenta lágrimas,
combate incertezas,
põe a nostalgia de lado.
É até capaz de amenizar
o medo.
Se for cheio de ternura,
ele guarda segredos
e jura cumplicidade.
Um abraço amigo de
verdade
divide alegrias
e se apraz em
comemorações.
Abraços são pequenas
orações de fé, de força
e energia.
Olhe para o lado:
há sempre alguém que
quer
ser abraçado
e não tem coragem de
dizer.
Enlace-o.
O pior que pode
acontecer
é ganhar de volta um
sorriso
de carinho ou, quem
sabe,
uma palavra sincera.
Você vai descobrir
que ninguém está sozinho
e que a vida pode ser
um eterno céu de
Primavera.
*
Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto”
e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia.
Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade
e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro
de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são
como um mergulho profundo nas águas da vida.
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