terça-feira, 9 de julho de 2013

Alfredo

* Por Eduardo Oliveira Freire

Nos seus tempos vagos, reproduzia quadros famosos. Tinha um que gostava bastante: Monalisa. Lembrava-se de sua mãe dizer, quando observavam o quadro: “ Você tem o mesmo riso cínico.”

Colocou-o na sala para observar a família, que ficavam abismados de como Alfredo sabia de tudo que acontecia: As traições da mulher e a má educação dos filhos.

Loucos de raiva, porque ele cortou os cartões de crédito, rasgaram o sorriso da réplica da Monalisa e se assustaram com tanto sangue que saía da boca.

Do outro lado da cidade, no trabalho, Alfredo sentiu uma dilacerante dor na boca.

(Texto extraído do blog do autor, “Fubá grosso  com angu de anteontem. Sobremesa: Picolé de chuchu com pimenta”).

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor


Um comentário:

  1. A imaginação de Eduardo tem gerado personagens malucos e situações desconcertantes. Sigo o que escreve no Facebook em busca da compreensão da mente dos agentes ficcionais que ele produz com aparente facilidade.

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