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A vida sem manual
* Por Evelyne Furtado
Acredito que algumas pessoas sabem como agir em cada passo da vida, ou ao menos assim demonstram; outras hesitam nas transições (naturais ou não) e são essas que me interessam no momento.
Refiro-me àquelas que se sentem perdidas entre uma fase e outra da vida; as que ciclicamente perguntam-se o quê e como fazer a partir de então.
Em algumas situações nos assustamos ante a percepção de que a vida não vem com manual e nossas mentes revisitam os conhecimentos adquiridos procurando respostas para uma equação de difícil solução.
Temos consciência de que algumas saídas anteriormente exploradas já não nos servem, enquanto outras não nos motivam o suficiente para transcendermos. Os sinais são múltiplos e os caminhos vários, o que só aumenta a confusão interior.
Pessoas queridas nos oferecem afeto, apoio, conselhos e exemplos de caminhadas. O amor é nutrição mais que bem-vinda, porém nosso caminho é singular. Cada experiência é única.
Os livros são valiosos: a filosofia oferece algumas respostas e mais perguntas; os romances e a poesia nos encantam e albergam nossas almas cansadas.
A fé é um dos recursos mais importantes, pois conforta e dá sentido à existência. Não acredito na sobrevivência da humanidade sem a crença coletiva em um ser superior.
Mas se não podemos continuar no mesmo compasso de antes e não descobrimos quais os seguintes, uma pausa é salutar para o reabastecimento sem culpa, pois até os grandes param, que o diga Dr. Freud, que estancou diversas vezes durante a elaboração de sua teoria psicanalistica.
Se possível – e quase sempre é – que a angústia que acompanha a travessia seja temperada com alegria e prazer, sinais valiosos de que vale a pena insistir na reinvenção da vida até que os primeiros passos sejam dados na nova direção.
* Poetisa e cronista de Natal/RN
* Por Evelyne Furtado
Acredito que algumas pessoas sabem como agir em cada passo da vida, ou ao menos assim demonstram; outras hesitam nas transições (naturais ou não) e são essas que me interessam no momento.
Refiro-me àquelas que se sentem perdidas entre uma fase e outra da vida; as que ciclicamente perguntam-se o quê e como fazer a partir de então.
Em algumas situações nos assustamos ante a percepção de que a vida não vem com manual e nossas mentes revisitam os conhecimentos adquiridos procurando respostas para uma equação de difícil solução.
Temos consciência de que algumas saídas anteriormente exploradas já não nos servem, enquanto outras não nos motivam o suficiente para transcendermos. Os sinais são múltiplos e os caminhos vários, o que só aumenta a confusão interior.
Pessoas queridas nos oferecem afeto, apoio, conselhos e exemplos de caminhadas. O amor é nutrição mais que bem-vinda, porém nosso caminho é singular. Cada experiência é única.
Os livros são valiosos: a filosofia oferece algumas respostas e mais perguntas; os romances e a poesia nos encantam e albergam nossas almas cansadas.
A fé é um dos recursos mais importantes, pois conforta e dá sentido à existência. Não acredito na sobrevivência da humanidade sem a crença coletiva em um ser superior.
Mas se não podemos continuar no mesmo compasso de antes e não descobrimos quais os seguintes, uma pausa é salutar para o reabastecimento sem culpa, pois até os grandes param, que o diga Dr. Freud, que estancou diversas vezes durante a elaboração de sua teoria psicanalistica.
Se possível – e quase sempre é – que a angústia que acompanha a travessia seja temperada com alegria e prazer, sinais valiosos de que vale a pena insistir na reinvenção da vida até que os primeiros passos sejam dados na nova direção.
* Poetisa e cronista de Natal/RN
Seu texto veio bem a calhar Evelyne, o mês
ResponderExcluirde abril está se aproximando e para mim ele tem um sentido todo especial, aniversário de minha
mãe. Desde que ela se foi venho procurando meu rumo. Eu que me sentia tão alicerçada. Não é fácil mas essa pausa é um bálsamo e se faz
necessária.
Adorei seu texto.
Beijos
Minha amiga Evelyne, a vida com Manual do Proprietário seria mesmo um pouco enfadonha. Mas, por outro lado, bem que às vezes dá vontade de ter um "gabarito" para as provas mais difíceis. E é sobre essa dualidade que o seu texto vem a calhar. Primoroso!
ResponderExcluirA primeira namorada de Fernando, meu filho, quando começou o namoro recebeu a biografia dele, escrita por mim. Ele chama o livro, em tom de galhofa de "manual do proprietário". No caso da menina, pelo menos não poderia dizer que não sabia com quem estava lidando. O fator surpresa é muito estimulante, na maior parte das vezes. A minha filosofia é não pensar. Ir fazendo conforme os acontecimentos. Parabéns Evelyne pelo equilíbrio e sensatez. Essa do gabarito foi ótima Marcelo.
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