terça-feira, 2 de março de 2010




Propagação

* Por Talis Andrade


Correndo e cantando
por variados caminhos
cumpro a sina
de quem se arrisca
no louco aprendizado
de adestrar as garras
no próprio corpo

Correndo e cantando
por estranhas terras
meu corpo vai se enredando
em um campo de espinhos

Correndo e cantando
por variados caminhos
a parte do corpo que sobra trago
em uma rede amarrado
para ser enterrado
na limosa
revolvida terra
em que outros cadáveres
foram plantados

(Do livro “Cavalos da Miragem”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

2 comentários:

  1. Quem não se arrisca não vive.
    Os arranhões valem a pena.
    Abraços

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  2. Que poema lindo, Tális! Entrei no seu site e li vários de seus poemas. Gostei de todos que li. Parabéns!

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