Soneto
triste para minha infância
*
Por Zilá Mamede
De
silêncios me fiz, e de agonia
vi, crescente, meu rosto saturado.
Tudo de mágoa e dor, tudo jazia
nos meus braços de infante degredado.
vi, crescente, meu rosto saturado.
Tudo de mágoa e dor, tudo jazia
nos meus braços de infante degredado.
Culpa
não tinha a voz que em mim nascia
pedindo esses desejos – sonho ousado
por onde o meu olhar navegaria
de cores e de anseios penetrado.
pedindo esses desejos – sonho ousado
por onde o meu olhar navegaria
de cores e de anseios penetrado.
Buscava
uma beleza antecipada
– a condição mais pura de harmonia
nessa infância de medos tatuada,
– a condição mais pura de harmonia
nessa infância de medos tatuada,
querendo-me
em beber de inacabada
procura que, em meu ser, superaria
a minha triste infância renegada.
procura que, em meu ser, superaria
a minha triste infância renegada.
*
Zilá
da Costa Mamede foi importante poetisa e bibliotecária. Apesar de
ter nascido em Nova Palmeira, município do estado da Paraíba, viveu
grande parte de sua vida e desenvolveu seu trabalho no Rio Grande do
Norte.
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