Canto
do mar
* Por
Homero Homem
A Haroldo Barbosa.
Sou
(fui) um oceano.
Tive
ilhas remotas encantadas
E
golfos os mais persas: tive sórdido
Paul,
área interdita
Ao
comércio do peixe e da gaivota
Memória
de outro céu (Deus era esponja)
Em
meu dorso de brisas circulava
Recém
criado azul mediterrâneo.
Deflorava
na praia a lua nova
Nasciam
sernambis e pitangolas.
Meu
fichário de águas guarda ainda
Atlântico
cemitério onde repousam
Bujarronas,
velames e sextantes
Ânforas
de barro reacendendo a vinho
Espadas
de Toledo
Torres
do Tombo
Ouro
dos Brasis.
Sou
(fui) um oceano:
'Rinha
naval do choque de espadartes
Ravina
mineral (chão da enchova)
Manjedoura
do peixe cachalote
Jardim com seus repúdios de golfinho
Jardim com seus repúdios de golfinho
Casa
do parto anterior ao homem
Com
suas garatéias e noticias.
*
Poeta e escritor potiguar.
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