sábado, 2 de setembro de 2017

Corisco

* Por Clóvis Campêlo

Corisco era o apelido do cangaceiro Cristino Gomes da Silva Cleto (10 de agosto de 1907, Água Branca, Alagoas - 25 de maio de 1940, Jeremoabo, Bahia). Foi casado com Sérgia Ribeiro da Silva, alcunha de Dadá. Corisco era também conhecido como Diabo Louro.

Em 1924, Corisco foi convocado pelo Exército Brasileiro para cumprir o serviço militar. Em uma briga de rua, Corisco matou um homem. no ano de 1926, e tomou a decisão de aliar-se ao bando do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, apelidado Lampião. Corisco era conhecido por sua beleza, seu porte físico atlético e cabelos longos deixavam-no com uma aparência agradável, além da força física muito grande, por estes motivos foi apelidado de Diabo Louro quando entrou no bando de Lampião.

Corisco sequestrou Sérgia Ribeiro da Silva, a Dadá, quando ela tinha apenas treze anos. Corisco ensinou Dadá a ler, escrever e usar armas. Corisco permaneceu com ela até no dia de sua morte. Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram.

Desentendimentos com o chefe Lampião levaram Corisco a separar-se do bando e a formar seu próprio grupo de cangaceiros, mas isso não afetou muito o relacionamento amigável entre ambos.

Em meados de 1938, a polícia alagoana matou e degolou onze cangaceiros que se encontravam acampados na fazenda Angico, no estado de Sergipe; entre eles encontravam-se Lampião e Maria Bonita. Corisco, ao receber essa notícia, vingou-se furiosamente.

Em 1940, o governo Vargas promulgou uma lei concedendo anistia aos cangaceiros que se rendessem. Corisco e sua mulher Dadá decidiram se entregar mas, antes que isso acontecesse, foram baleados. O cerco contra o cangaceiro e seu bando foi no estado da Bahia, na cidade de Miguel Calmon, em um povoado denominado Fazenda Pacheco.

Corisco e seu bando repousavam em uma casa de farinha no momento do combate após almoçarem. O ataque foi comandado pela volante do Zé Rufino, juntamente com o tenente José Otávio de Sena. Dadá precisou amputar a perna direita e Corisco veio a falecer naquele mesmo ano. Com as mortes de Lampião e Corisco, o cangaço nordestino enfraqueceu-se e acabou se extinguindo.

Corisco foi enterrado, no cemitério da consolação em Miguel Calmon, na Bahia. Depois de alguns dias sua sepultura foi violada, e seu corpo exumado. Seus restos mortais ficaram expostos durante 30 anos no Museu Nina Rodrigues ao lado das cabeças de Lampião e Maria Bonita.

* Poeta, jornalista e radialista.




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