Pelas oficinas da vida
* Por
Ysolda Cabral
Parecia alheia, mas
não estava! Estava atenta. Muito atenta!...
Cheguei cedo à oficina
autorizada. Meu carro já passava do tempo da revisão que, também, programei
para essas férias. Os portões ainda não estavam nem abertos quando cheguei.
O segurança disse:
''Só abrimos às 08h, minha senhora! Aguarde aí mesmo”. O ''aí mesmo'' era do
lado de fora e o Sol já ia alto, às sete da manhã. Não me importei. Estava em
companhia do maravilhoso livro, ''O RECOMEÇO – UM ITINERÁRIO DE TEMPO
CÌCLICO'', do escritor paraibano, mas pernambucano de adoção, José Humberto,
cuja história envolve entre muitas culturas; a Indígena, Maia e Asteca... ''O
RECOMEÇO'' fala de extraterrestres, reencarnação, e fala do amor, de paixões;
das tramas, dramas e possibilidades várias que a Vida nos impõe, desde sempre,
com seus mistérios fascinantes... Um livro que traz reflexões extraordinárias e
próprias de um grande e talentoso escritor filósofo e pesquisador que,
facilmente, nos cativa e nos faz com ele refletir, nos enredando para o seu
universo, e com isso, o tempo passa sem
a gente sentir.
- Mas, eu estava
atenta. Muito atenta! Alguém queria
tomar o meu lugar, a minha vez de ser atendida...
Se fazendo de bobo, um
senhor, posicionou o seu veículo à frente do meu e me olhou de soslaio, como se
quisesse dizer que ali era lugar de homem. - O seu lugar!
Manteve até o carro
ligado, o espertinho, para passar à minha frente. Contudo, estava ao celular, e
pela sua expressão facial, deu para entender que seduzia alguma tonta, ou
tentava, e quando se deu conta, o segurança havia aberto os portões e eu já estava
sendo atendida pelo gerente da oficina que, me encaminhou a uma convidativa
sala de espera, onde pude continuar no mundo do José Humberto, a divagar sobre
os vários nomes de Jesus, constantes na Bíblia, através de um de seus
personagens; o monsenhor Germano.
Não demorou para o meu
carro ficar pronto e saí da oficina pensando no Messias, no Salvador, no Rei
dos Reis... Pensando em Sidarta... O meu Sidarta de mocinha, do Hermann Hesse,
que ainda hoje trago em minha cabeceira e dentro dele, o que resta de uma rosa
vermelha...
Quanto ao senhor
preconceituoso, sedutor e metido a espertalhão, ficou por lá! Tomara que tenha
demorado tempo suficiente para entender a sua completa insignificância.
- Jesus Cristo tem
cada filho!... Ou, seria cada irmão?!...
- Esse livro do José
Humberto faz a gente pensar... Como faz!
*
Poetisa
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