sexta-feira, 15 de abril de 2016

Pílulas literárias 227


* Por Eduardo Oliveira Freire


ABSOLUTO

No quarto o silêncio grita, mas o cansaço faz o homem parar de ter medo. O sono vem e ele se torna um corpo em si mesmo como os móveis do quarto, tornando-se absoluto.

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CONSTRUÇÃO

Hoje, estava com raiva e comecei a escrever. Aí, fui me esvaziando e me senti melhor. Realmente, quando se pensa para escrever, dá-se o tempo para digerir os sentimentos e sensações. Poxa vida, estou vivo! Para que ligar o que os outros pensam de mim? Continuarei a caminhar, correr, escrever e a tirar foto. Tive tanta sorte de ter bons pais e um lar harmônico. Portanto, que venham as mudanças e as opiniões alheias sobre mim, não me importarei. Eu sei quem sou, amo viver e a cada dia aprendo a lidar com minhas limitações, frustrações e recalques. Quando terminei o texto, percebi que não tinha mais sentido e o deletei. Ainda bem que encontrei a serenidade, já que ao invés de melhorar, a cólera irá piorar ainda mais. Não quero destruir e sim construir.

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TRANSGRESSORA?

Dizem que a juventude é transgressora do futuro. Será? Vejo tantos jovens tão retrógrados! O que adianta ter um corpo legal e saber as novas tecnologias se nos pensamentos parecem ser senhores ou senhoras de mais de oitenta anos? É triste de ver rapazes e moças cultuando o ódio e o preconceito. Enquanto isso há pessoas mais velhas que são contemporâneas e que sempre estão abertas a conhecer. Por isso, cada vez mais reforço a ideia de que ser jovial está na atitude e não na aparência.

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SABER MORRER

Ao longo da vida, acumulam-se pequenas mortes que são um ensaio para quando A MORTE FINAL chegar. Saber morrer é saber viver, também.

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MAIS FÁCIL

Sentir animosidade é mais fácil que amar. O primeiro é um tsunami incontrolável, já o outro se precisa respirar um pouco e ponderar. Ultimamente, vive-se na ira e há uma busca incontrolável de um pretexto com a intenção de extravasar este sentimento acumulado por anos. Culpar cem por cento o outro em relação aos problemas é mais fácil e tentador. Para que refletir sobre os próprios erros se se pode xingar e apontar “fatores externos”? O culto ao ódio provoca barbárie e leva a humanidade ao abismo. Por isso, tentarei não odiar quem pensa diferente de mim, pelo contrário, irei respeitá-lo mesmo que tenha que lutar comigo mesmo. Não posso me achar o dono da verdade absoluta, ninguém o é. Deus me livre semear raiva por aí.

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* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



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