Ouro sob água
* Por Suzana
Vargas
Só
me lembro que atrás de nós havia um morro,
a
mata
No
centro, a música, o violão.
Fazia
frio e nuvens
se
aqueciam pelo som.
Havia,
entre outros,
uma
água
um
menino cortando cabelo na beira da casa
as
tangerinas no pé.
Do
grupo, um homem
me
perguntava
sobre
a melhor forma
de
começar um banho
sem
reparar no profundo da questão.
—
Entro devagar
ou
de uma vez por todas? perguntou.
—
Por todas, respondi
Não
há céu ou inferno
que
comece devagar.
* Poetisa gaúcha, radicada no Rio de
Janeiro, autora de literatura infantil e ensaísta. Tem 16 livros publicados,
entre os quais “Sombras chinesas” , “Caderno de Outono” (indicado ao Prêmio
Jabuti) e “O amor é vermelho”.
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