quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Baldes vazios


* Por Carmo Vasconcelos


Tão agreste é a paisagem do Sertão
Que molda p’la dureza o sertanejo,
Amaciado sob a lua e o seu beijo,
Em noites de luar e sedução.

Mandacarus erguem-se magistrais,
Orgulhosos da suprema realeza,
Espelhando desse povo a nobreza
Da força e da coragem sem iguais!

É árdua a luta e é madrasta a seca!
Na mão, baldes vazios... Olhar sedento...
Mas não por frouxo, o sertanejo peca!

E mesmo quando a lama vira pedra,
No São Francisco a esperança é sustento,
E é mais à míngua d’água que a fé medra!


* Poetisa portuguesa

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